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Ameaça de fim do plantão de vagas une secretários
Por Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
05/09/2007 | 07:19
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Os secretários de saúde das sete cidades do Grande ABC estão insatisfeitos com a suposta idéia da Secretaria de Estado de Saúde de extingüir o PCR (Plantão Controlador Regional). Eles acreditam que se isso ocorrer, o número de leitos nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) destinados aos moradores da região diminuirá drasticamente.

O sistema funciona como uma central de vagas hospitalares da região e prioriza casos graves e de alta complexidade. A proposta do governo estadual – não confirmada oficialmente – seria centralizar o serviço na Capital (no Plantão Controlador Metropolitano). Com isso, os leitos do Grande ABC passariam a ser disputados pelos 39 municípios da Região Metropolitana.

“Ao invés de sermos atendidos, atenderemos. Além disso, mandar nossos pacientes para outras regiões é ineficiente”, reclama o secretário de Saúde de São Bernardo, Walter Cordoni. Nos últimos três meses, o PCR recusou 65,4%, dos 897 pedidos de leitos feitos pelos sete municípios (veja quadro acima).

“Se procurando leitos só na região temos problemas, imagina só quando isso for aberto para toda a Grande São Paulo”, indaga a secretária de Saúde de Santo André, Vânia Barbosa do Nascimento.

Contestação - Contrariando os números fornecidos pelos municípios, a Secretaria de Estado da Saúde garante que 99% dos pedidos foram aceitos pelo PCR no período. Exemplifica afirmando que o plantão recebeu em julho 137 solicitações e que todas foram atendidas. O número fornecido pelos municípios é bem maior: 318. Só 37,5% teriam sido aceitos.

De acordo com os secretários, houve duas reuniões em julho para discutir a extinção do PCR. Ocorreram no Consórcio Intermunicipal nos dias 3 e 25 e foram presididas pelo diretor regional de Saúde da Grande São Paulo, Edson Nakasone. “Ele não explicou como seria esta mudança. Mas há uma insistência para nos convencer”, afirma a secretária de Saúde de Mauá, Sandra Regina Vieira.

Nakasone, negou, via assessoria de imprensa, que as reuniões tenham sido para discutir a extinção do plantão. Os pedidos de entrevista foram recusados. “Essas reuniões têm ocorrido sim. Perder este órgão será um problema para a região”, afirma a diretora de Saúde de São Caetano, Regina Maura Zetone.

Controle - Um dos motivos alegados para a ineficiência da proposta é a perda do controle regional. “Com o PCR aqui, podemos diagnosticar nossas falhas e criar soluções. Os médicos daqui têm contatos para procurar vagas. Em São Caetano, 83% dos pedidos de UTI são recusados. Aí damos um jeito. Se com o PCR jé assim, ainda pior sem o plantão”, raciocina Regina.



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