A hadj, ou peregrinação, é um dos cinco pilares do islamismo. Todo muçulmano com condições financeiras e de saúde deve fazer a peregrinação pelo menos uma vez em sua vida. O destino é Meca, o local onde o profeta Maomé nasceu em 570 d.C. e onde, 40 anos depois, lhe foi revelado o livro sagrado Corão.

“Estou aqui, Alá, respondendo a teu chamado”, repetiam em coro os fiéis que avançavam numa multidão compacta, a pé ou de ônibus, pelo trajeto que leva a Mina, transformada numa verdadeira cidade de barracas.

Os fiéis devem passar o dia em meditação e participar da tradicional oração das sextas-feiras, que coincide este ano com a grande manifestação em Mina. Os homens se vestem com duas peças de tecido branco sem costura, que, segundo a tradição, simboliza o sudário. Já as mulheres vão totalmente cobertas, com exceção do rosto e das mãos.

Na madrugada do segundo dia de peregrinação, os fiéis irão até o monte Arafat para orar e pedir perdão a Deus. A permanência nessa colina representa a espera pelo Juízo Final e é uma das etapas mais importantes da hadj.

No domingo, os fiéis voltarão depois para Mina, para o sacrifício de um cordeiro, marcando a Aid al-Adha (Festa do Sacrifício), que recorda o ato que foi executado pelo patriarca Abraão — Ibrahim para os muçulmanos.

Os fiéis depois passarão dois dias em Mina para o ritual do apedrejamento das colunas que simbolizam Satã, marcando sua vontade de renunciar ao mal.

Segurança- Mais de mil câmeras de vigilância foram instaladas nas diferentes ruas em torno dos lugares santos, para permitir às forças de segurança acompanhar os movimentos da multidão e, em caso de necessidade, poder intervir.

A procissão para Mina transcorre em meio a severas medidas de segurança. Na quinta, um confronto em Riad entre forças de segurança e supostos integrantes da Al-Qaeda resultou na morte de cinco policiais e do pai de um terrorista procurado pelas autoridades.

O incidente ocorreu quando a polícia procurava cerca de vinte suspeitos de vínculos com os atentados que deixaram 52 mortos em maio e novembro de 2003 na capital saudita.