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Área contaminada: documento do MP é ignorado pela Prefeitura
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
25/08/2001 | 00:20
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A Prefeitura de Mauá ignora o parecer técnico do Ministério Público Estadual (MPE) que confirma a possibilidade de explosão e contaminação do Residencial Barão de Mauá, em Mauá, por substâncias tóxicas nocivas ao organismo humano. Sexta, o secretário de saúde do município, Márcio Chaves Pires, passou o dia na tentativa de tranqüilizar os moradores do condomínio ao afirmar que nas 266 medições feitas na área não foram encontrados vapores orgânicos, voláteis ou explosivos em seis etapas do residencial. Segundo ele, as análises são suficientes para concluir que não existem perigos no condomínio. As informações são contrárias às do MP. “Eu não tive acesso ao parecer e desconheço os riscos que eles apontam no documento”, afirmou Chaves Pires na noite desta sexta.

O parecer técnico do Ministério Público foi assinado na sexta-feira da semana passada pelos promotores de Mauá e pelos assistentes técnicos Élio Lopes dos Santos e Djalma Luiz Sanches. O documento confirma a existência de concentração de gases nas galerias pluviais superiores a 100 mil partes por milhão, o que representa elevado risco de explosividade na etapa quatro do condomínio.

O parecer alerta que os gases são lançados diretamente ao ar – principalmente nas áreas de lazer e playgrounds – porque não existem filtros de controle de emissão de poluentes. Até mesmo um possível risco de contaminação de água não foi descartado pelo MP.

Além dos riscos, o parecer do MP aponta que foi detectado aterro de lixo industrial além dos limites apresentados pela CSD Geoklock (empresa encarregada de realizar medições na área contratada pela SQG Empreendimentos – réu da ação cautelar).

Os moradores receberam o parecer técnico do MP que baseou a ação civil pública cautelar que propõe a saída voluntária do residencial e não sabem em quem acreditar. Na noite de ontem, o subsíndico do bloco 5 da etapa 7, Marcelo Ivan Positelli, 29 anos, fixou o laudo do MP nas portarias dos edifícios. “Os laudos são vagos e conflitantes. Não dá para saber em qual devemos confiar”, disse.

O secretário Márcio Chaves afirmou desconhecer as informações e análises do Ministério Público. Segundo ele, seu conhecimento se restringe apenas a itens da ação cautelar relacionados à responsabilidade das empresas de custear os gastos de moradores que quiserem deixar o condomínio voluntariamente.

O secretário limitou-se a dizer que a tubulação de esgoto localizada na etapa quatro, a mais crítica, apresentou ontem concentração de gás metano insuficiente para provocar uma explosão. Neste sábado, novas análises serão feitas para confirmar o parecer da Prefeitura.




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