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Paulo Roberto desabafa sobre internação: tive medo de morrer

Técnico ficou 8 dias na enfermaria de hospital de Sorocaba após quadro de Covid agravar

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
04/04/2021 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


O técnico Paulo Roberto Santos, do Santo André, concedeu ao Diário sua primeira entrevista após deixar a enfermaria do Hospital Samaritano de Sorocaba, onde passou oito dias internado após agravamento no quadro de Covid-19 em razão de uma pneumonia viral. Acostumado a batalhas principalmente dentro de campo, ele se deparou com a maior peleja. “Foi o meu maior desafio: lutar pela vida”, ressalta. “Se tive medo de morrer? Obviamente que sim. Mas minhas orações, dos meus familiares e amigos contribuíram para mudar uma situação que alguns dias pareciam irreversíveis.”

Aos 60 anos, o comandante ramalhino testou positivo para o novo coronavírus nos exames que o elenco realizou antes do jogo contra o São Bento, pelo Paulistão – que, inicialmente, aconteceria no dia 21, antes da paralisação da competição justamente em razão do recrudescimento da pandemia no Estado. Posteriormente, sua mulher e as duas filhas também positivaram. Dias depois, o treinador precisou ser hospitalizado, com 50% a 75% do pulmão comprometido, fazendo uso de máscara de oxigênio durante quase todo o período de internação.

“Fiquei aterrorizado ao saber (que estava infectado). Minha primeira grande preocupação era ser entubado. Foram três dias terríveis”, recorda Paulo Roberto, que além de pensar em si, ainda ficava imaginando como estava sua família. “Saber que a esposa e as filhas também estavam infectadas passou a ser a maior preocupação”, revela o comandante, que admite ter fortalecido seu lado espiritual e conta ter recebido muito apoio desde que testou positivo. “Num momento como este se tem a dimensão do quanto é reconhecido, respeitado e admirado profissionalmente”, agradece. 

O treinador andreense, a exemplo do que havia dito há duas semanas, ainda não descobriu a origem da contaminação. Reiterou que vinha seguindo às determinações da Federação Paulista de Futebol para impedir a proliferação da Covid-19 na modalidade. “É muito dificil diagnosticar a procedência do vírus. Mesmo com todo protocolo seguido pelos clubes e FPF, o contato é muito variado, temos viagens, vamos a hotéis, etc”, diz Paulo Roberto, que fez um desabafo. “Infelizmente o comportamento de grande parte dos nossos governantes e a falta de respeito com a vida do próximo por parte de muitos irresponsáveis levaram a situação da pandemia a este patamar.”

Paulo Roberto ainda não tem previsão de quando poderá voltar ao comando do Ramalhão, que segue sendo dirigido interinamente pelo auxiliar Alan Dotti. “Não estou autorizado a retornar ao trabalho. Nesta semana devo ter uma posição. Por enquanto, só na fisioterapia”, concluiu.




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