Economia Titulo
Famílias de classe A
avançam na região
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
05/06/2011 | 07:02
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Cresce o número de domicílios habitados por famílias de alta renda no Grande ABC. Entre agosto do ano passado e fevereiro, a fatia de lares considerados de classe A subiu de 4,8% para 6,2%. Considerando que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística contabilizou 865.901 residências na região, pelo menos 53.685 são ocupadas por endinheirados.

Levantamento socioeconômico do Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano sinaliza que este foi o estrato que mais cresceu no período de seis meses. "É tendência na região que os domicílios habitados for famílias A e B avancem mais que as demais classes", diz o coordenador do Inpes/USCS, Leandro Prearo.

Agrupando os domicílios do topo da pirâmide, o avanço das famílias de alta renda é mais forte. Em 2009, as classes A e B representavam 50,2% dos lares, em 2010 subiu para 52,8% e neste ano soma 53,8%. Vale destacar que no Grande ABC, a classe B é predominante (ver arte ao lado), enquanto no Brasil, a classe C é a maioria.

O coordenador do Inpes avalia que este avanço é atribuído à forte expansão do crédito entre o fim do ano passado e o início de 2011, que proporcionou a aquisição de bens duráveis. Somente agora os efeitos das medidas de desaceleração do consumo começam a ser sentidas pelo mercado.

O conceito de classe social utilizado pelo levantamento segue a definição do Critério de Classificação Econômica Brasil, que leva em conta itens como posse de eletrodomésticos, carros, empregada doméstica e quantidade de banheiros na residência. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais e a instituição coletou dados em 1.150 domicílios nas sete cidades.

RECUO

O estrato C foi o que mais diminuiu na região entre agosto de 2010 e fevereiro deste ano. De 42,4% das residências (367 mil domicílios), agora 41,6% (360 mil) são ocupadas consideradas de classe média.

Isso é sinal de que parcela dos lares migrou para a classe B, assim como parte dessas famílias foi para o topo da pirâmide. Entre as famílias de classes DE também houve queda de 4,8% (41,5 mil residências) para 4,6% (39,9 mil domicílios) na participação do Grande ABC.

 Renda média cai no período de seis meses

A inflação dos alimentos e combustíveis corroeu em 2% o rendimento médio das famílias do Grande ABC entre agosto do ano passado e fevereiro de 2011, que soma agora R$ 3.057,85. Os dados fazem parte de pesquisa realizada pela Universidade Municipal de São Caetano.

O coordenador do Inpes/USCS, Leandro Prearo, pontua que o Índice de Preços ao Consumidor medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas no período foi de 4,5%, enquanto entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010 chegou a 3,4%. "É uma diferença considerável, que pesa no bolso da população." Prearo lembra que o País saiu da meta de inflação, que nos últimos 12 meses estava em 6,5%.

Outro fator que explica esta queda na renda da população é que muitas classes de trabalhadores ainda não tiveram dissídio e isso impacta principalmente as famílias das classes B e C.

 "A expectativa é que no próximo levantamento, que vai considerar a situação pesquisada em agosto, o rendimento médio familiar esteja equiparado com o do mesmo período de 2010 ou superior, dependendo do percentual dos reajustes concedidos", pontua o coordenador.

CENÁRIO

Por classe social, os domicílios A e C tiveram maior queda no rendimento até fevereiro, de 3,83% e 7,08%, respectivamente. Enquanto em agosto os lares abastados tinham renda familiar líquida de R$ 7.483,91, o valor foi para R$ 7.197,11. Na classe C, houve redução de R$ 2.191,53 para R$ 2.036,43 em fevereiro. Só na base é que os ganhos subiram 5,12% no período, de R$ 1.155,90 para R$ 1.215,14.




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