A Diocese de Santo André realiza campanha com o objetivo de arrecadar R$ 200 mil para mobiliar o edifício-sede da Mitra Diocesana. responsável pelas sete cidades do Grande ABC. O moderno prédio, que será o prolongamento da tradicional Praça do Carmo, na região central, reunirá as pastorais e demais setores administrativos da igreja católica na região - são 98 paróquias.

As obras foram iniciadas em dezembro de 2006 e a inauguração está prevista para data entre julho e agosto.

O empreendimento tem investimento de R$ 7 milhões. "Desse total, R$ 5 milhões vieram das ações desenvolvidas pelas paróquias e igrejas da região", ressalta o vigário geral da Diocese, Roberto Marangon, que também é pároco na Paróquia São João Batista, no largo do Rudge Ramos, em São Bernardo. O restante foi arrecadado de doações da Campanha do Metro Quadrado.

Recém-lançada, a Campanha do Mobiliário já arrecadou em torno de R$ 30 mil. O interessado poderá acessar o site da diocese para colaborar (www.diocesesantoandre.org.br). Ali, escolherá o tipo de móvel para determinado ambiente, com valor já especificado na planilha. Várias igrejas e padres já contribuíram, inclusive o bispo dom Nelson Westrupp.

"É uma forma de envolvermos a sociedade para a conclusão de um prédio que abrigará em um mesmo espaço físico as ações das pastorais e sociais da igreja católica na região", argumentou o padre ecônomo da Diocese de Santo André, Claudio Tafarelo, responsável pela parte financeira da obra, além de pároco na igreja São Bento, no bairro Olímpico, em São Caetano.

A outra ação beneficente é o jantar marcado para 18 de maio, no Restaurante Florestal, em São Bernardo, que é organizado pelo Grupo de Amigos da Diocese. O convite pode ser adquirido por R$ 100.

SIMPLICIDADE

O administrador da obra, o empresário Mauro Hoppe, de Santo André, afirmou que o prédio da Mitra, de 14 andares, tem arquitetura arrojada, mas utilizou-se de materiais comuns, como a concepção de concreto. "Não existe nada com caráter de ostentação, aliás foi uma das exigências no projeto original", afirmou.

Edifício integra revitalização do Centro

O bispo dom Nelson Westrupp classifica o edifício-sede como "a casa-mãe da Diocese de Santo André". A equipe do Diário visitou o moderno prédio em frente à Catedral Nossa Senhora do Carmo, que é tombada pelo Condephaapasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico-Urbanístico de Santo André).

A obra está praticamente pronta, embora ainda proporcione sensação de inacabada, principalmente no térreo, que será o último andar a ser concluído - uma capela de Santo André, o padroeiro da cidade, está projetada. O piso será de granito na parte interna, além do mosaico português, existente na Praça do Carmo, do lado externo.

O arquiteto Francisco José Prado, que assina o projeto, explica que o conceito é totalmente diferente de um prédio comercial. A diocese andreense quis colaborar com a campanha de revitalização do Centro, em estudo pela Prefeitura. Apenas uma cortina de vidro irá separar o andar térreo da praça, o que facilitará o acesso da população ao edifício-sede.

O prédio possui 14 andares, entre térreo, dois subsolos para 30 vagas de garagem e outros 11 pavimentos para uso administrativo, centro pastoral e chancelaria (arquivo). O auditório com proteção acústica, para cerca de 200 pessoas, está localizado no primeiro andar - o ambiente terá acesso exclusivo e independente à porta principal.

Antes de chegar ao auditório, o visitante terá o foyer (antessala) com iluminação natural. Ali, a interação com a praça será feita com cinco vidros em formas de círculos, em harmonia com o ambiente. O prédio foi projetado para atender pessoas com deficiência, com banheiros e elevadores adaptados.

Outro atrativo será a minipraça de alimentação parte coberta e parte descoberta, no segundo andar, que poderá ser utilizada como espaço de coffee break, com direito a jardim no entorno e contemplação, mais uma vez, da praça e da catedral.

O décimo andar abrigará o arquivo geral da diocese, composto por livros e registros das paróquias, fiéis e padres. O acervo terá capacidade para 1.800 documentos, além do arquivo deslizante para 3.500, tudo climatizado para o controle da umidade e preservação da história religiosa no Grande ABC.

O edifício-sede ainda disporá de estúdios de gravação de rádio e televisão no 11º pavimento, que serão entregues acabados, porém não equipados neste primeiro momento, segundo o padre Claudio Tafarelo, responsável pela parte financeira da obra.