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Por que o caranguejo anda de lado?
Por Tauana Marin
DIário do Grande ABC
15/10/2017 | 07:00
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Atualizada em 17 de outubro, às 09h31

Os caranguejos andam, principalmente, de lado, porque é desta forma que conseguem se movimentar mais rápido, gastando menos energia. No entanto, o que muitos não sabem é que eles também podem se deslocar para frente e para trás, caso seja necessário.

Eles possuem dez patas, duas delas com finalidade de agarrar o alimento e, as demais, utilizadas para locomoção. Cada uma possui sete partes menores (artículos), que se conectam entre si por articulações. A que une corpo-coxa é mais complexa, permitindo um deslocamento lateral, mas também para a frente e para trás. No entanto, as outras seis articulações se movem em única direção, que é a lateral.

Esses crustáceos pertencem ao filo Arthropoda, a exemplo do que ocorre com os insetos, lacraias, aranhas e escorpiões. A característica de todos é apresentar esqueleto externo (exoesqueleto) que recobre seu corpo, sendo duro pela presença de substância chamada quitina. Detalhe para o fato de que necessitam trocar essa espécie de armadura durante alguns momentos da vida. Quando deixa o exoesqueleto, o animal – ainda com corpo ‘mole’ – consegue ingerir água (se for aquático) ou ar (se terrestre) para aumentar de tamanho, seguindo-se ao enrijecimento da nova cutícula.

Atualmente existem 6.600 espécies de caranguejos em todo o mundo, exceto nos desertos. Eles precisam da água para viver e é nela onde se hidratam, reproduzem e respiram. Os que conseguem ficar mais tempo na terra, como o caranguejo guaiamú, podem viver mais longe das fontes de água pelo fato de possuírem câmaras branquiais bem amplas nas laterais de sua carapaça, permitindo que ‘guardem’ ar na parte superior.

O tipo de alimentação desses animais também varia conforme a espécie. Alguns são herbívoros (se alimentando dos brotos e folhas verdes de algumas árvores de manguezal) e outros são carnívoros (comem mexilhões, caramujos e até mesmo peixes). Há também os onívoros (comem de tudo um pouco, como animais, vegetais e organismos mortos) e as espécies comensais (que se nutrem de restos de alimento de outras espécies).

O tempo de vida dos caranguejos também varia, podendo ser de dois anos para os siris, mas podendo chegar a dez anos em algumas espécies, como o caranguejo-uçá, que vive em manguezais.

MULTIPLICAÇÃO - Os caranguejos nascem de ovos, que desenvolvem por cerca de 15 dias em temperatura de 25°C e que se abrem, gerando descendentes, que podem emergir como larvas. Os machos têm dois pênis localizados nas coxas do último par de patas, servindo para a transferência de espermatozoides para o interior dos dois poros genitais que as fêmeas possuem. Após o desenvolvimento dos ovários das fêmeas, seus óvulos passam por pequenos sacos internos, onde os espermatozoides são guardados e, como ovos, deixam o corpo da fêmea. Dependendo da família de caranguejo a que pertence, a espécie pode ter de dois a até oito estágios larvais. Já os caranguejos de água doce não possuem fase larval, saindo dos ovos como jovens.

O maior caranguejo do mundo é o japonês. Ele vive a 600 metros de profundidades no Oceano Pacífico e pode chegar a 20 quilos. Se suas pinças forem distanciadas uma da outra, podem medir cerca de quatro metros

Consultoria de Marcelo Antonio Amaro Pinheiro, biólogo marinho e professor doutor do Instituto de Biociências da Unesp – Campus do Litoral paulista.

Pergunta enviada por Vitor Trazzi, 13 anos, de Santo André.




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