Política Titulo Greve dos servidores
Lauro decide descontar na folha dia parado de servidores

Prefeito recusa proposta do Sindema de aceitar que funcionários reponham horas de greve

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/04/2016 | 07:00
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Divulgação:


O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), decidiu descontar o salário dos servidores que aderiram à paralisação referente à campanha salarial deste ano. No fim de março, sob o risco de enfrentar greve da categoria em pleno ano eleitoral, o verde aceitou conceder 14,44% de aumento salarial, de forma fracionada. O chefe do Executivo, porém, não aceitou abonar os horários não trabalhados nem permitiu que o funcionalismo repusesse o dia.

O Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) reivindicou ao governo que não deixasse de pagar o expediente do dia 23 de março, quando houve a paralisação e mobilização nas ruas da cidade. O sindicato, inclusive, propôs que o Paço aceitasse que os servidores cumprissem posteriormente as horas não trabalhadas, mas não obteve sucesso. “A Prefeitura apenas aceitou classificar o dia como falta justificada e se comprometeu a não descontar benefícios e gratificações que dependem dos dias trabalhados. A gente propôs que permitissem a reposição das horas, mas não aceitaram”, explicou o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno.

O artigo 7º da lei número 7.783/89 (do direito à greve) estabelece que “a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, serem regidas por acordo”. Ou seja, o direito à paralisação é protegido por lei e a punição à mobilização só se justifica caso a greve seja considerada ilegal pela Justiça do Trabalho, o que não ocorreu com a paralisação em Diadema.

O desconto na folha de pagamento irritou alguns servidores, sobretudo da área da Educação. Parte da categoria sugeriu repor o dia não trabalhado na comemoração da independência, no dia 7 de setembro, quando alunos da rede pública participarão do tradicional desfile cívico. O governo também não cedeu aos pedidos.

Procurada, a Prefeitura não se manifestou sobre o assunto. O reajuste salarial de 14,44% contempla 10,2% referentes à reposição da inflação deste ano, mais 4,24% de saldo não depositado no acordo feito em 2015. Esse montante será parcelado em três vezes: 4,24% em abril, duas de 2,46% em junho e em setembro e, por último, 4,98% em dezembro.

Lauro insistia em condicionar o aumento acima da inflação ao crescimento da receita, porém, como prometeu no ano passado e descumpriu, a categoria recusou. Para evitar greve, o verde mudou a proposta às pressas. 




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