Setecidades Titulo Saúde
Região conta com menos agentes de combate à dengue que recomendado

Ministério da Saúde indica um profissional de
controle de zoonoses a cada 1.000 residências

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
20/01/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O Grande ABC teme reviver a alta nos casos de dengue, como aconteceu no ano passado (de 1.125 registros autóctones em 2014, aumentou para 7.403 em 2015, além de sete mortes). Na linha de frente do combate de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença e também do zika vírus e da febre chikungunya, estão os agentes de controle de zoonoses. O Ministério da Saúde orienta que dever haver um profissional do tipo para cada 1.000 imóveis, mas a região não se enquadra na recomendação.

Em seis municípios (exceto Ribeirão Pires, que não informou a quantidade de profissionais), há 761.950 imóveis, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já agentes, apenas 223.

Diadema possui 20 funcionários de controle de zoonoses, um para cada 5.868 domicílios e, segundo a Prefeitura, não há previsão para aumento do número.

São Caetano tem dez agentes responsáveis pelas vistorias, ou um para cada 5.048 imóveis. A administração ressaltou que mais 130 agentes comunitários de Saúde auxiliam no trabalho de conscientização e prevenção. Concurso público que ocorrerá no próximo mês contratará mais seis funcionários de controle de zoonoses.

Em Mauá, são 32 profissionais do tipo nas ruas – um para cada 3.917 imóveis. A Prefeitura disse que 320 agentes comunitários de Saúde também colaboram.

São Bernardo tem 71 profissionais, um para cada 3.370 domicílios. O Executivo disse que há reforço de 900 agentes comunitários de Saúde.

Santo André conta com 72, um para cada 3.003 imóveis. A Secretaria de Saúde salientou que eles são divididos em sete territórios, de modo que cada equipe realize um ciclo por período de quatro meses para visita em todos os imóveis do município. Até o início de fevereiro, os 290 agentes comunitários de Saúde, que atuam na rede de atenção básica, serão capacitados para que participem mais efetivamente do combate casa a casa do vetor.

Já Rio Grande da Serra possui 18 funcionários, entre agentes comunitários de Saúde e agentes de controle de endemias, um para cada 732 imóveis.

“Não é de hoje que as cidades sofrem com o deficit de agentes no combate de vetores. Se há profissionais que possam controlar e fiscalizar ambientes propícios ao surgimento do mosquito, podemos diminuir consideravelmente a propagação das doenças. Mas vale lembrar: o apoio do cidadão é de extrema importância, principalmente conscientizando-se de que ele faz parte do processo”, avaliou o professor da Escola de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade Metodista Victor Hugo Bigoli.

S.Caetano orienta mulheres grávidas

Do dia 1º até o momento, nenhum caso de dengue, zika vírus ou chikungunya foi confirmado na região. Por ora, em seis cidades (exceto São Bernardo, que não retornou), 104 casos suspeitos de dengue estão em investigação, além de dois de chikungunya em Mauá.

As doenças têm causado pânico, principalmente entre as gestantes, já que o zika vírus está relacionado a casos de microcefalia em bebês em diversos Estados do País. Por essa razão, desde ontem, a Secretaria de Saúde de São Caetano promove palestras especiais sobre as enfermidades causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Cerca de 300 mulheres que fazem o pré-natal na rede municipal de Saúde serão envolvidas na ação. As próximas apresentações ocorrerão nos dias 21, 26 e 28, além de 2 e 4 de fevereiro, sempre às 14h, no auditório do Hospital Infantil e Maternidade Márcia Braido (Rua Luiz Louzã, 48, bairro Olímpico). Inscrições gratuitas pelo telefone 4228-8000 (ramais 8045 e 8176).

Em 2015, São Caetano contabilizou 341 casos de dengue. “Estamos trabalhando várias ações, entre elas essa com as gestantes, a fim de diminuir o número de ocorrências na cidade”, falou o secretário municipal de Saúde, Jesus Adalberto Gutierrez.

No Grande ABC, três casos de microcefalia ainda são investigados: dois em Diadema (mas as mães dos bebês não têm histórico de possível infecção por zika vírus durante a gestação) e um em Santo André, de uma mãe que residiu por um ano no Piauí e retornou em junho de 2015. Os demais foram descartados.




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