Dez cachorros da raça pit bull foram sacrificados terça-feira, no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Santo André. Apenas dois foram recolhidos nas ruas, o restante foi entregue pelos próprios donos.

“Estamos tristes em ter de fazer isso, pois sabemos que 80% desses cães são inocentes”, diz João Francisco Colombo, responsável técnico da profilaxia da raiva do CCZ.

O município segue um TAC (Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta) que proíbe sacrificar animais sadios. No entanto, por conta da comoção popular atribuída aos recentes ataques envolvendo pit bulls, o Ministério Público abriu uma brecha, permitindo o sacrifício de cachorros da raça, mesmo que saudáveis.

O fenômeno de renúncias desses cães e a sua conseqüente morte vai na contra mão do conceito de posse responsável.

“As pessoas estão assustadas, entregando seus pit bulls e dizendo que eles são uma caixa de surpresas. Algumas têm crianças e dizem que não querem pagar para ver o pior acontecer”, relata Colombo.

A família que entrega seu cão ao sacrifício tem de assinar um documento se responsabilizando por seu destino.

A partir do momento em que os donos sinalizam que têm um pit bull perigoso, o animal sequer tem chance de ser colocado para adoção, como acontece usualmente com as demais raças recolhidas pela equipe de zoonoses.

Resgate - A cadela pit bull grávida resgatada pelo CCZ há oito dias, no Parque das Nações, em Santo André, foi recuperada pelo dono que teve a identidade preservada. De acordo com Colombo, o dono relatou que a fêmea havia escapado. Vizinhos a teriam colocado no terreno baldio onde foi encontrada.

O dono responderá pela infração de uma lei municipal referente a maus-tratos e abandono. Se não recorrer, poderá pagar multa de cerca de R$ 200. O valor final é decidido por um fiscal.