Uma nova adaptação da Broadway invade os palcos paulistanos a partir de sexta-feira. Desta vez é o thriller "O Médico e o Monstro", que estreia no Teatro Bradesco.

Baseado no clássico "The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde", do escocês Robert Louis Stevenson, lançado em 1886, a grande aposta de identificação do musical com o público nacional, nesta versão, é o gosto do brasileiro por suspense e paixão. "A história tem linha dramática de cunho latino, é uma surpreendente história de amor", conta o produtor Diego Ramiro.

Com custo de R$ 6 milhões, a peça prevê efeitos especiais pirotécnicos, como a transformação do mocinho em monstro - cuja técnica utilizada é preservada em segredo - chuva, utilização de fogo e voo dos atores em cena.

O espetáculo conta a história de Henry Jekyll, um médico que procura a cura para a loucura de seu pai desenvolvendo fórmula que isola o lado mau dos seres humanos. Sem conseguir cobaias para sua experiência, o doutor é obrigado a testá-la em si próprio. O que era para ser antídoto, vira maldição. O generoso Jekyll passa a assumir a personalidade maldosa de Edward Hyde.

Todos começam a desconfiar da mudança de comportamento do médico. Ele fica dividido entre Emma, com quem está prestes a se casar e a prostituta Lucy, objeto de interesse do seu alter ego do mal.

"Minha vida inteira ouvi que esse personagem é o grande sonho de um ator musical", conta o protagonista Nando Prado, que já estrelou as versões brasileiras de O Fantasma da Ópera e Miss Saigon.

A dubiedade da personalidade humana é um dos focos da trama, sendo questionada através do desejo de Jekyll de banir o mal da humanidade e rescaldando, ao longo do espetáculo, nas ações dos demais personagens. Kakau Gomes, intérprete de Lucy, defende sua personagem dizendo que todo ser humano tem duas faces: o bem e o mal. "São instintos que aparecem sempre em alguma situação", diz a atriz.

Com orquestra composta por 17 músicos, as versões nacionais das canções originais levam na batida um tempero brasileiro. "Muda o andamento, mais acelerado, com toque de romantismo. Acrescentamos também um pouco de percussão", diz Paulo Nogueira, diretor musical e maestro do espetáculo.

O figurino, composto por 150 trajes, é assinado pelo estilista Fause Haten, que deu ar moderno às peças que conservam as características do período vitoriano

O norte-americano Fred Hanson, que soma mais de dez anos de experiência como diretor artístico da Broadway, dirige a adaptação de Cláudio Botelho. "É um tipo de musical raro, suspense sobre transformação, sobre tentar entender de dentro para fora, não de fora para dentro", conta.

O Médico e o Monstro - Musical. No Teatro Bradesco do Shopping Bourbon - Rua Turiassu, 2.100, São Paulo. Tel.: 3670-4141. 5ª, às 21h; 6ª, às 21h30; sáb., às 17h e às 21h e dom., às 18h. Ingr.: R$ 40 a R$ 190. Até 18 de outubro.