Apesar das críticas da Fifa, o Morumbi será o estádio de São Paulo na Copa do Mundo. A afirmação foi feita pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, ontem, em São Paulo, durante apresentação que realizou ao lado do presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, para empresários sobre os desafios no caminho do Brasil para a realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.

A declaração contraria a opinião da Fifa após a vistoria realizada no Morumbi, em janeiro. Na ocasião, sobraram críticas ao estádio do Tricolor, considerado inadequado para receber partidas do mundial. "Temos de cumprir todas as exigências da Fifa. O Morumbi será o estádio de São Paulo, não tenho dúvidas. Não existe isso de plano B ou C, porque além do campo de jogo, a sede de Copa do Mundo precisa de outros fatores que a cidade de São Paulo já possui. Precisamos deixar de polêmica e trabalhar", aconselhou.

Além de sair em defesa do Morumbi, Orlando Silva anunciou investimento de R$ 5,7 bilhões por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para infraestrutura. "Os 12 estádios da Copa do Mundo precisam ficar prontos ou reformados até 2012. Trabalhamos no sentido de transformá-los em Arenas, com possibilidade de utilizá-los para shows e outros eventos, trazendo retorno financeiro aos investidores", explicou.

A apresentação do ministro e de Nuzman tinha como meta garantir capital privado para os dois eventos, pois os empresários presentes representavam 43% do PIB (Produto Interno Bruto) Nacional. "Tanto a Copa como a Olimpíada trarão retorno para todos os setores, incluindo o privado que poderá usar o jogos para promover marcas. É uma excelente oportunidade", sugeriu.

Entre os assuntos abordados, um chamou a atenção: a situação dos aeroportos. Segundo os dirigentes, o problema supera o temor pela falta de segurança. "Reconhecemos que precisamos melhorar e muito nosso tráfego aéreo, ampliar alguns aeroportos e melhorar outros. Em São Paulo talvez esteja o maior problema, pois Cumbica é limitado e não pode ser ampliado por conta de questões ambientais. Uma opção seria usar o de Viracopos (em Campinas)", explicou Orlando Silva assumindo que há possibilidade de privatização de alguns aeroportos, assunto que está em pauta no Governo Federal, mas que só deve ser solucionado após as eleições de outubro.