Economia Titulo Prejuízo
Empresas ficam sem
telefone em S.Bernardo

Furto de cabos na rua e demora no reparo pela
Telefônica geram perdas para indústrias

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
05/07/2014 | 07:13
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André Henriques/DGABC


Empresas localizadas na Avenida do Taboão, em São Bernardo, sofrem, desde o fim de abril, com problemas em suas linhas fixas de telefone, o que têm gerado perdas nas vendas. Isso por causa de seguidos furtos dos cabos (que são fios de cobre revestidos de plástico), nos postes na rua, e também devido à demora na religação por parte da Telefônica, apesar de incessantes contatos feitos com o serviço de atendimento da concessionária, conforme relatam as companhias afetadas.

A empresária Luciene de Castilho Cunha cita que sua indústria, que faz uniformes, já perdeu muitos negócios por causa desses problemas seguidos, que têm levado até dez dias para serem sanados pela operadora de telefonia. “E para ajudar (a piorar a situação), quando alguém liga para a empresa, a linha dá sinal de que está chamando, passando a impressão ao nosso cliente, de descaso, de falta de compromisso”, diz. Outra confecção, vizinha à sua fábrica, também tem sido afetada pela mesma dificuldade de comunicação.

A empresária conta que chegou a ir à polícia para relatar o problema. Nas proximidades, fica o 7º Distrito Policial de São Bernardo. “Quando fui fazer o BO (Boletim de Ocorrência), fiquei sabendo que a delegacia também ficou sem telefone por uma semana, pois os fios (da rua) haviam sido roubados.”

Por causa da série de furtos e, sobretudo, da resolução, que considera lenta – são 72 horas até que os fios sejam repostos –, Luciene contratou um escritório de advocacia e está processando a Telefônica. Na ação, pede R$ 600 mil de danos materiais e mais R$ 600 mil em danos morais, pelas perdas de vendas e pelo desgaste emocional de não conseguir com que a operadora resolva essa situação, explica o advogado Alexandre de Calais.

Ele cita que se trata de exigir da companhia o cumprimento do contrato firmado, ou seja, a prestação do serviço de linha fixa e internet. “Eu não tenho condição de discutir como a empresa vai me fornecer o acesso à internet; se ela se compromete a fornecer é porque deve ter os meios necessários para fazê-lo”, disse. Ainda segundo o advogado, é a concessionária que tem de se cercar de formas para evitar que os fios no poste sejam furtados, e não o consumidor (residencial ou empresarial).

Lucilene argumenta ainda que o problema poderia ser resolvido se a Telefônica trocasse os fios de cobre por fibra óptica.

OUTRO LADO - Na quarta-feira (dia 2), após contato da equipe do Diário, a Telefônica Vivo informou que o serviço de telefonia fixa da empresa de Luciene havia sido normalizado, naquele mesmo dia, à tarde, e que a empresa adota medidas de prevenção, entre elas a instalação de alarmes e braçadeiras de aço próximas aos cabos e a colocação de travas nos chassis de caixas subterrâneas.

Na quinta-feira houve novo furto, e o problema retornou. Contatada mais uma vez, a operadora comunicou que, a partir de agosto, iniciará a substituição dos cabos de cobre por outro, do tipo bimetálico, que não tem valor comercial e, além disso, disse que está adotando outras medidas de melhoria, como alternativas de rede que alterem a rota e, com isso, dificultem o acesso.  

Em relação ao prejuízo, a empresa afirma que todos os clientes afetados serão ressarcidos por meio de crédito em conta telefônica com o valor da assinatura proporcional ao período em que o serviço apresentou problema.




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