A Alemanha confirmou o favoritismo e atropelou Portugal na estreia de ambas no Grupo G da Copa do Mundo, ontem à tarde, na Arena Fonte Nova, em Salvador. O time bávaro aplicou impiedosos 4 a 0, com show de Thomas Müller, autor de três gols. Cristiano Ronaldo, por sua vez, foi ofuscado pela bela exibição do rival europeu.

O time alemão foi a campo com uma fortaleza à frente do goleiro Neuer. O técnico Joachim Low optou por linha de quatro defensores formada por zagueiros, sem laterais. Mas isso não significou que Boateng e Howedes não tinham permissão para avançar. Pelo contrário. Aproveitaram por diversas vezes espaços deixados por Fabio Coentrão e João Pereira.

Portugal, por sua vez, dependia excessivamente de Cristiano Ronaldo. O camisa 7, no entanto, não teve vida fácil. Nem só pela marcação dos adversários, como pelo fato de a bola simplesmente não chegar até ele. Mais à frente, isolado, Hugo Almeida não esteve em tarde inspirada. Foi dele a primeira chance do jogo, após receber passe de Ronaldo. Porém, bateu fraco e facilitou para Neuer.

No início da partida, Cristiano Ronaldo mostrou-se mais participativo. Chegou a arriscar da entrada da área, mas isolou. Pouco depois, brigou e recuperou uma bola no meio de campo e serviu Raul Meireles, que bateu cruzado para defesa de Neuer. Os bons momentos portugueses foram estes.

A Alemanha rapidamente se acertou e passou a comandar a partida. Aos 11, Gotze foi derrubado na área por João Pereira e o árbitro assinalou pênalti. Müller cobrou e abriu o placar.

Portugal ainda tentou responder em chute de Nani que passou perto do travessão e em cabeçada de Éder por sobre a baliza. Mas logo os alemães retomaram as ações principais e com muito mais eficiência. Tanto que, aos 32, Kroos cobrou escanteio e Hummels apareceu livre para anotar o segundo gol.

A vida dos bávaros foi facilitada aos 36, quando Pepe desferiu cabeçada em Müller e foi expulso. Com um a menos, Portugal se complicou e sofreu o terceiro aos 45 minutos. Após bola levantada, Müller disputou com Bruno Alves e tocou no contrapé de Rui Patrício.

Na segunda etapa, o técnico Paulo Bento remontou o sistema defensivo português, mas não sofreu tanta pressão dos alemães, que pareciam se poupar para seu segundo compromisso na Copa. No ataque dos lusos, porém, nervosismo evidenciado em lance no qual Fabio Coentrão e Nani trombaram em lance no ataque. Já Cristiano Ronaldo teve três chances de diminuir em cobranças de falta, mas mandou duas na barreira e a outra Neuer espalmou.

Em baixa velocidade, os times não criaram muitas chances. Mas na oportunidade que teve, a Alemanha marcou o quarto. Aos 32, após bote equivocado de André Almeida, a bola chegou em Schurrle, que cruzou rasteiro, Rui Patrício deu rebote e Müller empurrou à rede.

Artilheiro em 2010, atacante brilha

Thomas Müller foi artilheiro da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, com cinco gols na campanha que deu à Alemanha o terceiro lugar. Só ontem, no duelo de estreia da equipe no Mundial do Brasil, o atacante deixou sua marca três vezes e se transformou no protagonista da partida, sendo eleito o melhor em campo e deixando para Cristiano Ronaldo vaias a cada lance em que tocava a bola.

“Foi excelente, mas foi apenas o primeiro jogo”, disse o atleta, que chegou a oito gols em sete jogos de Copa.

Não bastassem os três gols, Müller ainda foi responsável pela expulsão do zagueiro Pepe. Eles disputaram uma jogada aos 36 minutos do primeiro tempo e o alemão foi ao chão reclamando ter sido acertado por um tapa do luso-brasileiro. A arbitragem mandou o lance seguir e o defensor foi tirar satisfação com o atacante, desferindo uma cabeçada em seu rosto.

“Só vi que bateu com a mão no meu rosto. Eu caí e depois ele chegou perto de mim e me deu uma cabeçada. A ação inteira do Pepe foi desnecessária”, explicou Müller.