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Débito em condomínio registra queda
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
22/04/2010 | 07:05
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Os índices de inadimplência no pagamento de condomínio caíram 12% neste primeiro quadrimestre em relação ao mesmo período de 2009. Dados de imobiliárias do Grande ABC mostram que o aquecimento da economia ajudou também no segmento imobiliário, que registra os melhores números desde 2007.

Milton Casari, dono da imobiliária Casari Imóveis, de São Bernardo, afirma que a recuperação do mercado nacional após a crise financeira, com o aumento nos postos de emprego, ajuda na queda dos índices negativos. Aliado a isso, o empresário pontua que clientes avaliam melhor as dívidas antes de assumi-las.

"O grande problema é que o inquilino compromete demais a renda e deixa as contas apertadas. Se a pessoa deixa 30% a 35% dos rendimentos no aluguel, ela terá margem, mas há muitas imobiliárias que não se atentam para isso. A maior inadimplência acontece quando essa análise não é bem feita", conta Casari.

Com o orçamento apertado, ele afirma que a primeira conta que fica para trás é o condomínio. "Os clientes não deixam de pagar o cartão de crédito, mas o condomínio, com taxas menores, vai ficando. Ele vai pagar o que pode travar sua adimplência no mercado. Esse é o principal problema que enfrentamos", avalia.

Willian Gonçalves, sócio da imobiliária Gonçalves, afirma que nos primeiros meses do ano é normal que a inadimplência suba. Mesmo assim, em 2010 os números são promissores. "Janeiro e fevereiro são meses que registram maior negativação. Isso ocorre por força de viagens, compromissos, impostos (IPVA etc.) e dívidas com escola. Março e abril sempre trazem índices menos ruins. Do primeiro para o segundo bimestre já tivemos melhora de 20%", aponta Gonçalves.

As imobiliárias apontam que a lei do protesto - aprovada em 2008 e que concede a possibilidade de efetivar o nome do inadimplente no cadastro de devedores a partir de cinco dias de atraso nos débitos - ajudou a reduzir os números, no entanto, Gonçalves afirma que os consumidores também tiveram mudança na postura.

"Se formos comparar com o início de 2009, neste ano as pessoas estão honrando mais os pagamentos. Não vejo também que o protesto tenha alterado tanto nossa situação. O que faz o inquilino pagar é a ação de cobrança e não o protesto. O bom pagador, que passou por situação difícil, vai querer quitar suas dívidas em dia e é essa mudança que temos sentido."

Diferentemente de Gonçalves, a Lello Condomínios atesta que a nova regra incentivou para que os consumidores buscassem acordos para quitar débitos. "A possibilidade de protesto de cotas incentivou a produção de acordos e aumentou a preocupação do condômino em seu relacionamento com o condomínio. Números do primeiro semestre também foram positivos", afirma Angélica Arbex, gerente de marketing da Lello.

A empresa também registrou números positivos neste início de ano. "Já temos inadimplência muito perto do ideal, que é entre 2% e 2,5%. E notamos evolução positiva nos índices, que caíram consideravelmente. O ano de já apresenta resultados cerca de 12% melhores que 2009. Esperamos caminhar para patamares cada vez melhores", destaca Angélica.

Número de ações por inadimplência cresce na Capital

Apesar dos bons números deste início de ano no Grande ABC, a Capital, por sua vez, não registra bom desempenho. Levantamento organizado pela administradora de imóveis Hubert, com dados do Fórum de Justiça de São Paulo, mostra que o total de ações de cobrança levadas à Justiça por inadimplência em condomínios seguiu em março trajetória de alta observada desde o início do ano e registrou crescimento de 79,58% em relação a fevereiro.

O total de processos ajuizados é o maior registrado pela pesquisa desde março de 2009, quando chegou a 1.283 ações. De janeiro para fevereiro, a alta foi menor, mas ainda assim substancial, de 24,72%, subindo de montante de 542 processos para 676. Na comparação anual, por sua vez, foi observada queda de 5,37% ante março de 2009 (de 1.283 processos para 1.214).

De acordo com a Hubert Gebara, a alta mensal pode ser creditada à acumulação de processos por conta do recesso forense, que teve término no início de março. (Da AE)




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