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Empresa de Pelé se complica mais
Por Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
05/04/2001 | 00:31
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A Pelé Sports & Marketing continua sob suspeita. Há indícios de sonegação fiscal na prestação de contas da empresa de propriedade do Atleta do Século e de Hélio Vianna. Este, aliás, teve o sigilo bancário quebrado pela CPI da CBF/Nike. As irregularidades teriam sido constatadas na análise contábil iniciada em 1998. O levantamento conclui que a contabilidade omitiu lucros obtidos nos contratos vinculados às emissoras de televisão. Se as acusações forem confirmadas, a imagem de Pelé ficaria arranhada. O ex-craque também participou de um recente pacto entre a CBF e o Ministério dos Esportes. O objetivo do acordo seria abafar os trabalhos da CPI.

O perito Paulo Lobo chegou aos dados depois de analisar as contas da empresa em decorrência da ação trabalhista movida pelo ex-diretor de projetos da Pelé Sport & Marketing, Roberto Seabra. Ao receber o resultado da perícia, o juiz Leonardo Dias Borges encaminhou uma denúncia crime, aceita pela Procuradoria Geral do Tribunal Regional do Trabalho, que investiga o caso. Seabra move três ações cíveis e uma trabalhista contra a empresa. Ao analisar a prestação de contas, segundo Seabra, a perícia detectou a possível existência de caixa dois.

De 1991 a 1996, o empresário trabalhou para a Pelé Sports & Marketing. Seabra afirmou que lhe foram prometidos 10% sobre os contratos eventualmente assinados. Disse que o valor saltaria para 50% nos negócios que arranjou sozinho. Teria recebido parcialmente o dinheiro. O perito pesquisou diversos documentos. Não havia registros de nove ou dez eventos organizados pela empresa.

Entre esses contratos da Pelé Sports & Marketing, estava o de venda de direitos à emissoras brasileiras dos jogos das seleções uruguaia e boliviana, nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994. A Bandeirantes, a Globo e o SBT apresentaram notas que não estavam registradas na contabilidade da empresa. Outra agência ligada ao ex-jogador – e que igualmente teve o sigilo bancário quebrado – é a Pelé Sports e Marketing Incorporation (PSMI), que mantém sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Em 1998, Vianna alegou que essa empresa era a responsável pelo contrato que envolvia as eliminatórias do Mundial de 1994. Outros contratos não entregues pela Pelé Sports & Marketing à Justiça referem-se à Pelé Dorna.




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