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Secretária de Saúde admite falta de medicamentos em Mauá
Por Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
31/10/2008 | 07:00
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A secretária de Saúde de Mauá, Sandra Regina Vieira, afirmou ontem durante reunião do Conselho Gestor no Hospital Doutor Radamés Nardini, que o município tem quantidade de medicamentos suficientes somente para não ser acusado de omissão de socorro.

Após se afastar para concorrer às eleições municipais, a médica reassumiu ontem a Pasta, até então ocupada pelo seu marido Valdir Russo.

Sandra Regina admitiu que a administração não tem recursos financeiros para comprar a quantidade exata de medicamentos que a cidade precisa e que o déficit continuará. "Nunca menti para vocês e não é agora que vou fazer isso." A médica explica que o problema será sentido principalmente por pacientes que precisam retirar remédios para uso doméstico, mas não faltará aos tratamentos de urgência e nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). "São medicamentos que já estão faltando. Não vai ser possível resolver todos os problemas até o final do ano. Dipirona injetável, por exemplo, vai ter. Em gotas, para a população usar em casa, pode não ter."

Na USF (Unidade de Saúde da Família) do bairro Oratório pacientes comentaram o problema ontem pela manhã. "Não tem remédio. Sempre que preciso venho até aqui e não encontro. Parece que eles querem te atender rápido para te dispensar", conta a dona-de-casa Maria de Fátima Santos.

No Jardim Zaíra 1, a situação se repete. "Meu filho precisa de sonda quatro vezes por dia, mas não conseguimos o aparelho", diz o cozinheiro Jorge Luis Lima Duarte.

A crise no abastecimento de remédios em Mauá foi agravada em agosto, quando a antiga fornecedora, a HomeCare, rompeu o contrato com a Prefeitura por falta de pagamento. Na ocasião, a dívida estimada era de cerca de R$ 4 milhões.

Com o fim do convênio, a Prefeitura de Mauá assinou um contrato emergencial com seis empresas para fornecimento de remédios e materiais hospitalares com valor total empenhado em R$ 4,5 milhões. A previsão de abastecimento é até o fim de dezembro.

Sobre a demissão dos 360 funcionários nas unidades do USF anunciada na quarta-feira, a secretária Sandra Regina disse que a falta de dotação orçamentária e verba motivaram o corte. "Ou havia a demissão ou os funcionários corriam risco de não receber os salários." Ela acredita que o atendimento ao público não foi afetado, pois garantiu não ter havido corte na equipe médica.

FRAUDE - Ontem, uma operação da Polícia Civil de São Paulo prendeu Renato Pereira Júnior e Marcos Agostinho Paioli Cardoso, sócios da HomeCare, acusados de participar de um esquema de fraude de licitações em quatro estados. (Colaborou Fernanda Russo Filomeno)




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