O domingo especial do Santo André terminou de forma diferente da esperada por todos, mas começou de forma confiante. Hospedado em hotel próximo da avenida Paulista, ainda era manhã quando o elenco desceu dos quartos para o almoço. E o que encontraram como um dos pratos principais? Peixe! "Só porque é uma comida leve", justificou o diretor executivo do Ramalhão, Carlos Arini.

Um dos principais responsáveis pela formação do time, o dirigente visivelmente vivia o clima de decisão. Tanto que no ônibus que levou o time ao Pacaembu, era uma das vozes ativas (junto do coordenador técnico Ricardo Navajas) buscando passar motivação aos atletas. Quando a delegação chegou ao estádio, foi o primeiro a descer. E quando a porta abriu, exclamou: "Vamos comer Peixe hoje!", agora em referência ao adversário.

A batucada feita pelos jogadores no ônibus, se assemelhava a um ritual, em que os guerreiros transpareciam toda a vontade de vencer a batalha que estava por vir.

Já nos vestiários, ao som de pagode, os atletas tentavam afastar o clima de tensão. Mas os detalhes não podiam passar em branco, como o altar montado com a bandeira andreense ao fundo e, bem ao lado, uma camisa com a inscrição "eu acredito". Os meias Bruno César e Branquinho, e o atacante Rodrigão, foram os que mais oraram. Quem sabe pedindo ajuda a um Santo especial: o André.

O pôster de campeão da Copa do Brasil de 2004, bem como a foto do Maracanã lotado de flamenguistas naquela oportunidade, também preenchiam as paredes do local. Quando a preleção começou, precisamos sair, mas depois o zagueiro Halisson explicou o teor do vídeo mostrado. "Apareceram frases motivacionais, com as palavras guerreiros, vencedores, garra. Era para mostrar que dava, que era possível. E foi muito proveitoso", explicou o jogador, que ao final do jogo, depois de tudo o que o Ramalhão fez em campo, se abaixou e chorou. Nunes e Bruno César também foram às lágrimas. E foi com um sentimento de que realmente foi possível, que o time entrou de novo no ônibus e voltou ao Grande ABC.