Com a longevidade da população brasileira, a literatura médica passou a diagnosticar novas doenças como a chamada DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), que afeta a mácula da retina, área dos olhos responsável pela percepção de detalhes. O problema faz com que óculos e luz forte se tornem insuficientes para uma visão perfeita e pode resultar até em cegueira.

O médico retinólogo Walter Takahashi, chefe do serviço de Retina da Universidade de São Paulo, explica que esta é uma condição que compromete principalmente a população acima dos 65 anos. "Não há dor nem vermelhidão, somente visão embaçada e distorção de imagem. Alguns fatores raciais como pele e olhos claros favorecem o problema."

O tratamento consiste em medicação para controlar a perda de visão. "Os antiangiogênicos eliminam as veias anormais e preservam a visão evitando o caminho para a cegueira total", acrescenta Takahashi.

Caso - A contadora Vera Lúcia Sobral Costa, 48 anos, acompanhou de perto o drama da mãe com os primeiros sinais de DMRI. Há seis anos, Tereza da Silva Rebelo, 80, perdeu a visão do olho direito. "Ela dizia que via pontos pretos que aumentavam. Procuramos o oftalmologista, mas postergamos o retorno com os exames. Então o quadro se agravou e já não tinha mais o que fazer", lamenta Vera. No ano passado o olho esquerdo passou a apresentar os mesmos sintomas.

"O tratamento era com a injeção que custava R$ 4.500 e ainda não estava disponível no Brasil", relata. À época, Tereza tinha apenas 10% da visão. Após contato com médicos de vários Estados, ela iniciou o tratamento, estabilizou a doença e recuperou parte da visão, agora com 40%.