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Irã adia anúncio sobre progresso nuclear
Por Da AFP
11/02/2007 | 15:46
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O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad adiou neste domingo o anúncio de "progressos" em matéria nuclear. O chefe de Estado também reiterou que o Irã não suspenderá as atividades de enriquecimento de urânio como exigem as grandes potências, embora tenha dito que está disposto a negociar.

"Até 9 de abril vocês serão testemunhas dos progressos excepcionais nos campos da indústria, da agricultura, e em particular da energia nuclear", disse o presidente em um discurso diante de milhares de iranianos reunidos na Praça Azadi de Teerã.

Dezenas de milhares de iranianos saíram às ruas de Teerã neste domingo em um espetáculo anual em homenagem à Revolução Islâmica e de apoio ao seu polêmico programa nuclear.

A multidão se concentrou na enorme Praça Azadi da capital iraniana para acompanhar um discurso do presidente Mahmud Ahmadinejad destinado a marcar o 28º aniversário da queda do xá apoiado pelos Estados Unidos.

Junto às habituais faixas revolucionárias e cartazes que proclamam "Morte aos Estados Unidos" e "Morte a Israel", também havia outros para defender o programa nuclear iraniano.

O evento tinha um espírito festivo. As crianças erguiam globos com o lema da Revolução, "Liberdade, independência e República Islâmica", assim como "A energia nuclear é nosso direito inalienável".

Ahmadinejad anunciou no dia 11 de abril de 2006 que o Irã havia conseguido em 9 de abril desse ano enriquecer urânio, desencadeando assim uma crise em torno do programa nuclear iraniano.

O líder iraniano afirmou também que o Irã está "preparado" para negociar sobre seu programa nuclear, no entanto, excluiu a suspensão de seu enriquecimento de urânio. Autoridades iranianas haviam assegurado que esta celebração seria aproveitada para anunciar uma "boa nova" sobre o programa nuclear iraniano.

Um vice-ministro das Relações Exteriores, Mehdi Mostafavi, explicou que durante os dez dias de Fajr, como é chamado o período das festas da Revolução de 1979, seria iniciada "a primeira fase de produção do combustível nuclear para necessidades industriais".

O Irã parece distante desse objetivo, ao ter em funcionamento apenas dois conjuntos de 164 centrífugas de urânio, enquanto que as autoridades haviam se comprometido em abril passado a instalar 3 mil antes do final de março.

Informações contraditórias anunciavam a instalação recente de cerca de 300 novas centrífugas na fábrica de enriquecimento de Natanz (centro).

A respeito desse assunto, um alto membro da Organização Iraniana de Energia Atômica, Mohammad Saidi, assegurou neste domingo que o Irã não "tinha problema técnico algum".

Ao mencionar o dia 9 de abril, o líder iraniano recorda a mesma data de 2006, quando ao que parece o Irã conseguiu pela primeira vez enriquecer urânio a 3,5%. Ahmadinejad rejeitou novamente a suspensão de suas atividades de enriquecimento, exigida pelas duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) 1696 (de 31 de julho) e 1737 (de 23 de dezembro).

"O assunto nuclear está completamente politizado", disse o presidente, ao acrescentar que "é natural que a nação iraniana não aceite tais imposições" e concluiu que o Irã está "preparado para a negociação, mas em condições justas e eqüitativas".

Em Munique (Alemanha), onde participa de uma conferência sobre segurança, o principal negociador iraniano da questão nuclear, Ali Larijani, declarou também que o Irã "está disposto" a reiniciar as negociações e informou isto à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).




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