Reflexo de um ano marcado pela recuperação da crise financeira mundial, o volume de recursos oriundos das exportações brasileiras em 2009 teve maior queda, em relação ao ano anterior, desde a primeira apuração da Balança Comercial Brasileira, em 1950.

Conforme resultados divulgados ontem pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), as exportações brasileiras geraram US$ 152,2 bilhões, no acumulado entre janeiro e dezembro do ano passado. O montante é 23,08% inferior ao volume de entradas no mesmo período de 2008, quando o MDIC apurou US$ 197,9 bilhões.

A desaceleração da exportação mais próxima do resultado de 2009 ocorreu em 1952. Na época, a queda ante o resultado de 1951 foi de 19,8%.

Apesar do marco histórico negativo da exportação nacional, a Balança Comercial teve superávit de US$ 24,6 bilhões em 2009. Porém houve queda no saldo de 1,4%. No acumulado de 2008, o montante foi de US$ 24,7 bilhões.

O saldo da Balança demonstra a diferença entre os volumes de recursos provenientes das exportações e importações. Em 2009, o Brasil importou US$ 127,6 bilhões.

MÉDIA
Considerando a média por dia útil das exportações do ano passado, US$ 609 milhões, houve recuo de 22,2% em relação ao resultado de 2008. No ano, as vendas ao exterior geraram US$ 782,4 milhões.

Já a média do dia útil do saldo de 2009 caiu apenas 0,2%, passando de US$ 98,6 milhões em 2008, para US$ 98,5 milhões no ano passado.

DEZEMBRO
Em relação aos 22 dias úteis de dezembro, o saldo da Balança reduziu 38%, caindo de US$ 2,31 bilhões em 2008, para US$ 1,43 bilhão no ano passado.

O montante arrecadado com exportações em dezembro de 2009 foi 0,7% menor do que o resultado do mesmo período de 2008. Enquanto no ano passado as entradas foram de US$ 13,7 bilhões, em 2008 foram de US$ 13,8 bilhões. O período entre os dias 21 e 31 de dezembro de 2009 tiveram o menor nível de arrecadação com exportações.

Secretário do Comércio critica tributos do setor

O secretário de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Welber Barral, criticou o peso dos tributos nas exportações brasileiras. Segundo ele, o País não pode penalizar tanto as exportações com impostos. "O Brasil não pode continuar exportando tributação."

Segundo Barral, é preciso evitar acumulação de créditos para os exportadores. Ele disse que, em 2010, o governo vai tomar algumas providências para melhorar a situação aos setores exportadores.

Ele reconheceu que o problema de acumulação de crédito só será resolvido com a aprovação da reforma tributária. O secretário disse a desoneração é importante para que o Brasil consiga recuperar, em 2010, mercados perdidos por causa da crise e manter os mercados atuais. (Da AE)