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Acusação de ex-secretário vira CPI na Câmara de Rio Grande

Legislativo vai apurar denúncia de Gilmar Miranda sobre favorecimento em testes de Covid na cidade

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/05/2020 | 00:01
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Celso Luiz/Comissão de investigação é encabeçada pelo vereador e pré-prefeiturável Clauricio Bento (DEM


A Câmara de Rio Grande da Serra aprovou a instalação de CPI para investigar suspeita de favorecimento de atendimento de parentes de funcionários da Prefeitura na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade.

O pedido de comissão, feito pelo vereador e pré-prefeiturável Clauricio Bento (DEM), tem como base série de áudios de autoria de Gilmar Miranda de Almeida, que já foi secretário no governo de Gabriel Maranhão (Cidadania) e hoje trabalha no gabinete do deputado federal Alex Manente (Cidadania), de São Bernardo.

Nos áudios, Gilmar diz que buscou atendimento na UPA, pois apresentava sintomas da Covid-19 – relatou perda de paladar e olfato. Também comentou que seus familiares estavam com indícios da doença. Acusou que estava à espera para ser diagnosticado quando uma parente do médico de plantão saiu da sala revelando ter feito, no município, teste para saber se estava com a Covid-19. “Mas, para o pessoal do lado de fora, disseram que não havia teste”, denunciou Gilmar.

“Ela é nora do médico e sequer mora em Rio Grande. Não é para ter pena de mim. É para ter pena do povo de Rio Grande”, adicionou. “Tenho sorte de a minha mulher ter convênio médico e eu também. Por isso pude fazer o teste na rede privada.”

A base de sustentação tentou evitar a instalação de CPI, sugerindo que Gilmar Miranda fosse convidado a prestar esclarecimentos sobre o episódio antes da abertura de uma comissão investigativa. “Serviria até para balizar um eventual pedido de CPI”, comentou João Mineiro (PL). A sugestão foi derrubada.

A CPI será composta pelos vereadores Israel Mendonça (PDT), Jhol Jhol (PSD), Toninho Correa (PSD), João Mineiro e Clauricio. Silvio Meneses (PDT) chegou a ser sorteado para compor o bloco, mas declinou alegando não ter tempo para participar dos trabalhos. “Meu tempo é escasso para estar aqui (na Câmara) durante o dia”, alegou. Irmão de Gilmar, o vereador Agnaldo Almeida (PSDB) foi impedido de participar do sorteio.

“Vamos agora dar diretrizes ao trabalho porque o Gilmar cita alguns nomes, outros não. Vamos adentrar nessa acusação e tenho certeza que descobriremos outras falhas”, alertou Clauricio. “Vamos trabalhar com cautela, até porque o próprio Gilmar disse que está com Covid. Vamos pedir o exame dele primeiro para deliberar sobre os trabalhos”, adicionou. Clauricio deve ficar como presidente do bloco, entretanto, só semana que vem a função de cada integrante será definida. 




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