Política Titulo Editorial
Importância do compliance
Do Diário do Grande ABC
23/02/2020 | 10:42
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São assustadores os resultados de consulta realizada pelo Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), segundo os quais um em cada cinco executivos de empresas localizadas no Grande ABC já se deparou com pedido de propina feito por agente público para facilitar o negócio. O estudo expõe o nível endêmico de corrupção existente na região, o que justifica os baixos indicadores sociais em pleno bloco que é o quarto maior gerador de riqueza do Brasil. Especialistas sustentam que a falta de regras de compliance na maior parte das empresas ajuda a explicar o cenário.


O mesmo levantamento mostra que 65,5% dos entrevistados disseram trabalhar para empresas que não possuem mecanismos internos que obrigam a observação de 100% das normas legais e regulamentares durante todo o processo de fechamento de negócios, especialmente com governos ou empresas e órgãos públicos. Casando-se ambos os dados, concluem os especialistas que tabularam o estudo, pode-se afirmar com absoluta segurança que a ausência dessas regras de conduta propicia o surgimento de casos de corrupção no Grande ABC. É hora de dar um basta!


Pouco proativas quando o assunto é aumentar gastos com o que julgam ser questões acessórias, empresas só vão adotar processos internos de controle se eles passarem a ser exigidos pelo poder público. Se as prefeituras do Grande ABC tivessem investido na modernização de seus processos de compra, de modo a adequá-los às normas de compliance, certamente alguns escândalos de corrupção que estouraram na região nos últimos anos teriam sido evitados, como são os casos descobertos pelas operações Prato Feito e Trato Feito, de desvio de recursos da merenda em Mauá, e a Barbatanas, de venda de cargos comissionados e licenças ambientais em São Bernardo.

O estudo da USCS deixa claro a necessidade de os municípios vedarem os espaços por onde se infiltram as propostas indecentes. Ainda que pequenos, eles existem. E são muitos. 




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