O empate com o Vitória no Barradão ainda causa estragos no Corinthians, e o técnico Tite tenta a todo custo manter o moral do elenco elevado para a partida de amanhã contra o Vasco, no Pacaembu. A receita é trabalhar o lado psicológico. Ou seja: muito papo para manter acesa a esperança de título, apesar do quadro adverso, e buscar sempre algo positivo.

Mesmo a um ponto do Fluminense a duas rodadas do fim, Tite é um otimista nato. Está tentando blindar os jogadores da polêmica que se criou em torno do ‘entrega'. Isso mexeu com os jogadores após o empate no Barradão e a vitória do Fluminense em cima do São Paulo. Situação que pode se repetir caso o time carioca vença o Palmeiras.

Tite tem buscado exemplos no esporte para motivar o grupo. Relembra, por exemplo, jogos da época em que era profissional, quando defendia o Guarani. "Perdemos uma final de Brasileiro que estava ganha até os 13 minutos do segundo tempo da prorrogação", disse, referindo-se à decisão do título de 1986, contra o São Paulo.

Outro jogo que o técnico usa como exemplo vem de fora do País, na final da Copa dos Campeões de 1999 entre Manchester United e Bayern de Munique. "O Alex Fergusson ia cumprimentar o técnico adversário pelo título e o Manchester virou o jogo em três minutos."

Para encerrar o assunto sobre se acha justo que o Palmeiras facilite para o Fluminense, como querem alguns torcedores, Tite ressaltou o que o Internacional fez na última rodada: os reservas venceram o Botafogo e deixaram o Grêmio perto da Libertadores. "Buscar motivação no insucesso do outro é algo muito pequeno. Você vai ficar contente porque viu um menino chorar?", questiona. "Tu tens de vibrar porque venceste. Não se pode inverter a escala de valores."

Tite passa esse seu otimismo aos jogadores nos treinamentos. Grita, orienta e motiva até mesmo os reservas. "Tenho de mostrar que estou dando chance a todos", costuma dizer.