Economia Titulo Combustíveis
Desconto integral do diesel virá em uma semana

Regran diz que postos compraram combustível com redução de R$ 0,21 no litro e não de R$ 0,46

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
01/06/2018 | 07:07
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André Henriques/DGABC


Mesmo com a promessa do governo federal de que a redução de R$ 0,46 no preço do óleo diesel nas bombas tenha início a partir de hoje, o impacto nos postos de combustíveis do Grande ABC só deve aparecer daqui a uma semana.

Conforme o Regran (Sindicato do Comércio Varejista Derivados do Petróleo), o combustível ainda é adquirido nas distribuidoras por valor R$ 0,21 menor do que no início da greve – e, assim, o litro do combustível deve ser vendido, em sua média, por R$ 3,68.

Por outro lado, o governo federal revelou que haverá fiscalização intensa em postos de combustíveis que venderem o litro do óleo diesel sem aplicação da redução dos R$ 0,46 – essa foi uma das medidas adotadas pela União para encerramento da greve dos caminhoneiros, iniciada no dia 21.

Na tentativa de levar às bombas o corte no preço, o governo informou que pelos próximos 60 dias o valor fixo do óleo diesel será de no máximo R$ 2,03 por litro nas refinarias. O governo vai subsidiar R$ 0,30 e o restante vai ser complementado por meio da redução de imposto, como o PIS/Cofins e a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).

Presidente do Regran, Wagner de Souza afirmou que, até agora, o desconto de R$ 0,46 não alcançou os revendedores. “O litro do diesel precisa chegar com essa redução de R$ 0,46. Hoje só há (desconto) de R$ 0,21. Esse valor está sendo aplicado para todos os postos que estão sendo reabastecidos agora. Quem recebeu o produto novo, está com essa redução no preço (de R$ 0,21).”

Por isso, segundo Souza, quem reabasteceu recentemente não teria como aplicar o desconto estimado pelo governo direto nas bombas. “Com menor preço fica impossível, só quando for repassado para o revendedor. Caso contrário (se ele for obrigado a aplicar o corte de R$ 0,46 no preço) ele fica com prejuízo e com certeza não vai vender”, disse.

Para garantir o repasse, o governo federal vai firmar acordo entre a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) com a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes), que deve ser assinado hoje. Nele, federação e distribuidoras devem se comprometer a fazer o desconto chegar à bomba de combustível, conforme anúncio do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Também foi anunciada fiscalização nos estabelecimentos, que deve ser realizada pelos procons estaduais. Padilha destacou que as punições àqueles que não repassarem o desconto podem variar de multas de até R$ 9,4 milhões, suspensão temporária das atividades, interdição dos estabelecimentos a cassação da licença. Caso um consumidor, ao abastecer com diesel, verificar que o desconto não foi aplicado, poderá fazer a denúncia ao Procon.

ABASTECIMENTO
De acordo com o Regran, na região atualmente 50% dos postos de combustíveis estão abastecidos com gasolina. Mesmo assim, ainda há registros de filas de veículos nos estabelecimentos. A previsão é de que a partir de segunda-feira a situação já esteja normalizada.

Já o diesel e o etanol têm índice de 40% de abastecimento e devem atingir a totalidade a partir de terça-feira. Isso acontece por conta da distribuição de ambos, que é feita totalmente por transporte rodoviário, além da dependência da produção do etanol. (com Agências) 




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