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Alckmin volta ao comando de São Paulo
Por Mark Ribeiro e Fábio Martins
02/01/2011 | 07:20
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Foi empossado ontem pela manhã, na Assembleia Legislativa, o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele reassume o posto em que permaneceu durante seis anos (2001 a 2006), prometendo dar continuidade ao modelo de gestão implantado pelos tucanos em São Paulo há 16 anos.

Para a cerimônia de posse, Alckmin desembarcou acompanhado da primeira-dama, Dona Lu, e do vice-governador e secretário de Desenvolvimento, Guilherme Afif Domingos (DEM). Às 10h15, após ser declarado empossado pelo presidente do Parlamento estadual, Barros Munhoz (PSDB), Alckmin externou retornar "com emoção" ao governo, e afirmou ser "honra" assumir em sucessão aos correligionários Alberto Goldman e José Serra (ler reportagem abaixo).

Ao prometer dedicação especial ao conhecimento, infra-estrutura e saúde "de crianças e idosos", revelou a linha da inclusão social de sua gestão. "Nenhum paulista será deixado para trás", destacou, para ser ovacionado. Barros Munhoz lembrou que o colega de partido foi o primeiro a assinar o termo de posse ao governo de Estado pela quinta vez (duas como vice e três como governador).

"Que siga o caminho retilíneo que construiu durante seus 40 anos de vida pública, servindo à população, e fazendo cumprir o slogan de São Paulo (Pro Brasilia Fiant Eximia - Pelo Brasil Façam-se o Melhor)", declarou o presidente da Assembleia.

Alckmin se disse "confortável" com a presença de Alaíde e Andréa Quércia, viúva e filha do ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia (seu aliado), que morreu na semana passada. "Saudade é a presença da ausência", conformou-se.

 

ALINHADO COM DILMA

Mais tarde, já na sede do governo paulista, o Palácio dos Bandeirantes, onde ocorreu a oficialização da transmissão do cargo (simbolizada pela passagem do pavilhão do Estado por Goldman), Alckmin indicou a 2.000 pessoas (incluindo Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab - DEM) que buscará manter proximidade com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT).

 "São Paulo é a síntese do trabalho em favor do Brasil e este será o fio condutor do meu governo. Por isso, terei com a Dilma a melhor das relações, sem me esquecer de tudo que o Estado precisa do governo federal", considerou.

Ele reiterou que políticas voltadas ao social são marcas dos governos do PSDB. "Vamos ampliar o foco no ser humano". Antes, na Assembleia, exaltou que "São Paulo assombra por sua riqueza, economia e população, mas que por trás de cada algarismo (de índices de pesquisas) há pessoas, com seus anseios e esperanças."

Por fim, relacionou alguns de seus projetos à frente do Palácio dos Bandeirantes. "Vamos concluir o Rodoanel, duplicar a Rodovia dos Tamoios, ampliar as (estradas) vicinais. Tocar obras estratégicas para que São Paulo mantenha a liderança do desenvolvimento do Brasil."

 

Governador recita Legião Urbana no discurso de posse

 

"Hoje me apresento diante do povo como mais um incansável trabalhador." Com estas palavras Geraldo Alckmin iniciou seu primeiro discurso na volta ao Palácio dos Bandeirantes. O tucano seguiu o tom durante toda a falação (que durou 26 minutos), sempre reiterando o foco na implantação de políticas sociais.

Para realçar o posicionamento, até recitou versos da música Há Tempos, da Legião Urbana. "Disciplina é liberdade; compaixão é fortaleza; ter bondade é ter coragem", exaltou, para depois firmar compromisso por avanços no Estado. "Fiquem certos de que São Paulo dará um grande salto nos próximos quatro anos."

O cenário de calmaria durante a cerimônia de posse só foi possível graças à não confirmação de realização de protesto de policiais civis e militares em frente à Assembleia. O ato pela cobrança de reajuste salarial da categoria não se concretizou devido à rápida intervenção de Alckmin, que prometeu incorporar gratificações aos vencimentos dos servidores.

 

Tucano assume Estado com recursos em caixa

 

Durante transmissão de posse ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) teve a garantia do ex-comandante do do Estado Alberto Goldman (PSDB) de que receberá a administração com verba em caixa para desempenhar os acordos adotados em campanha e, principalmente, sem dívida para apresentar condições de capacidade de investimento a partir do primeiro ano de mandato.

"Nosso sucessor recebe hoje (ontem) todos os projetos em pleno andamento, todas as suas dívidas pagas, dinheiro em caixa para cumprir os compromissos assumidos e um Orçamento que lhe permitirá no primeiro ano realizar o mesmo nível de investimento que fizemos em 2010. Pronto para o salto de qualidade", informou Goldman.

Essa possibilidade foi levantada pelos tucanos justamente por conta da transição tranquila de gestões de continuidade - o PSDB está desde 1994 no comando do Palácio dos Bandeirantes. "Trago comigo o legado de 16 anos de projeto político, que representa o estilo de governar do meu partido. Por isso assumo pela terceira vez esse compromisso com enorme responsabilidade que coloco como desafio que exige o melhor dos meus esforços", citou Alckmin para lembrar a disputa eleitoral: "Nossas propostas foram expostas à prova e a população aprovou. Temos bom programa de governo e vamos cumprir."

Na transição, Goldman elogiou os 26 integrantes do secretariado estadual escolhido por Alckmin. "Termino este mandato, após 40 anos de atividade pública, desejando sucesso a essa nova equipe, qualificada, escolhida a dedo."

Ao realizar o balanço, Goldman cutucou o governo Lula por falta de cooperação por meio de recursos a fundo perdido. "Faltou, com algumas exceções, a participação do governo federal através do Orçamento-geral da União."

 

FHC E SERRA

Ao ser empossado ontem, Alckmin exaltou os correligionários José Serra e Fernando Henrique Cardoso, presentes ao evento. O candidato derrotado no pleito de outubro, assim como o companheiro, foi ovacionado ao ser citado. "Para sorte de São Paulo o Serra trouxe ao Estado as mesmas características que marcaram sua atuação parlamentar, de capacidade de trabalho e ética."

Para falar do ex-presidente da República, Alckmin enfatizou que herdou modelo de gestão consolidado depois de FHC. "Nunca é demais ressaltar os méritos de seu governo que acertou as bases políticas e econômicas para o desenvolvimento. Um ambiente de estabilidade. O Fernando Henrique mudou o Brasil."




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