Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Civil prendeu em São Bernardo e em Diadema nove pessoas ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Entre elas, Marquinhos, considerado Torre (da cúpula) da facção no Grande ABC, e um carcereiro que trabalhava em uma delegacia de São Paulo. Uma pessoa reagiu e foi morta pelos policiais.

De acordo com a Delegacia Seccional de São Bernardo, a Operação Forca envolveu cerca de 40 homens e começou às 5h. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 13 ordens de prisão. O nome da operação está relacionado com a forma com que o PCC executa membros que estão em dívida com a facção.

 “Recebemos em janeiro a informação de que o PCC estava tentando se reorganizar em São Bernardo e começamos a investigação”, afirmou o titular da Seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula. “Fizemos várias gravações telefônicas durante quatro meses e conseguimos os mandatos para efetuar as prisões.”

Os integrantes do PCC presos foram: Marcos Moreira dos Santos, 30 anos, o Marquinhos, Alessandro Destro, 32 anos, o Sandro, Abel Alves Pinheiro Júnior, o Mini Craque, Cícero Geso de Oliveira, o Vitão, José Geso de Oliveira, o Baiano, e Danilo Batista.

Também foram presos dois empresários acusados de fornecer armas à facção, Dário Felinto dos Santos e Elói Felinto dos Santos. Com eles foram encontradas pistolas austríacas de grosso calibre e uma espingarda calibre 12.

Um dos integrantes resistiu à prisão em Diadema e acabou morto em troca de tiros (leja texto ao lado). Robert Pereira da Silva, 19 anos, conhecido como Baianão, teria atirado contra os policiais que entraram na sua casa. No revide foi atingido. Segundo a polícia, ele foi levado para o pronto-socoro do Taboão, mas não resistiu aos ferimentos.

Iinfiltrado - Entre os detidos também estava o carcereiro do 99º Distrito Policial de São Paulo Natanael Anício Caldeira, 36 anos. Segundo as investigações, Caldeira, que trabalhava havia 12 anos na polícia, transportava armas para o PCC, fornecia coletes da Polícia Civil e outras identificações para os criminosos utilizarem em assaltos.

A quadrilha presa é suspeita de estar envolvida em vários assaltos na região, principalmente a empresas. Além de armas e drogas, a polícia apreendeu um caminhão que a quadrilha supostamente utilizava em seus assaltos.

Marquinhos e Sandro, segundo a polícia, eram os homens que deveriam reerguer uma célula do PCC em São Bernardo e região. Eles eram ligados diretamente às lideranças da facção dentro dos presídios. De acordo com a polícia, ambos coordenavam todos os assaltos e o tráfico de drogas da facção na região, as duas principais fontes de renda da quadrilha. O cargo de Torre é considerado de alto escalão na hierarquia do PCC. Marquinhos estaria autorizado a programar e mandar executar membros que não cumprissem as determinações, como mostra uma das gravações feitas pela polícia. Todos os detidos foram encaminhados para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Bernardo.