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Prefeituras não informam valor gasto com a dengue

Das sete cidades, apenas Sto.André estimou recursos; Diadema e Mauá não possuem dados e demais não retornaram

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
26/01/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Os casos autóctones de dengue no Grande ABC tiveram alta de 558% na comparação entre 2014 e 2015, porém, das sete prefeituras procuradas pelo Diário para estimar os gastos com a enfermidade no ano passado, duas não possuem levantamento (Diadema e Mauá) e somente Santo André retornou a informação. As demais administrações não disseram quanto foi gasto com a doença e sequer o valor do investimento para combatê-la. Na região, sete pessoas morreram no último ano vítimas da patologia.

Em Santo André, a Diretoria de Vigilância à Saúde explica que, em média, cada paciente, com suspeita da doença custa US$ 1.394, segundo dados do Ministério da Saúde. A cidade registrou 1.377 casos autóctones de dengue, mas, considerando o total de 3.779 casos suspeitos assistidos, o custo foi em torno de US$ 5.267,926 em 2015. Na conversão em real, com o dólar cotado ontem em R$ 4,10, o valor equivale a R$ 21,6 milhões.

O secretário de Saúde da cidade, Homero Nepomuceno Duarte, ressalta que o gasto vai além do setor que comanda. “Não é um custo só da Saúde. Existe ainda o custo social, porque a pessoa falta no trabalho e na escola. Somado ao que gasta com remédio, atendimento, com profissional e infraestrutura da Saúde, o custo é maior e não é tão facilmente demonstrado com o valor direto investido no combate ao mosquito.”

Duarte lembra que o mesmo acontece com os casos de microcefalia relacionados ao zika vírus – também transmitido pelo Aedes aegypti. Em todo o País, até o dia 20, foram registrados 3.893 casos suspeitos de microcefalia que podem ter ligação com algum agente infeccioso causador de máformação congênita. “Imagina quanto custa uma criança com microcefalia? A vida inteira, o que ela vai precisar? Vai ser um custo social enorme”, fala.

Já em atividades de prevenção ao mosquito transmissor da dengue, o valor investido pela administração de Santo André foi de aproximadamente R$ 8 milhões em ações de vigilância, controle e combate ao vetor. “Temos investido em melhorias de coleta dos materiais e contratamos uma bióloga para que ela possa, na hora que a pessoa traz a amostra do mosquito, ver se é o Aedes”, pontua o secretário.

Em Diadema, a Prefeitura declarou que as informações sobre dengue estão inseridas na área de vigilância em Saúde como um todo. Mauá afirmou que as ações de prevenção, diagnóstico, assistência e reabilitação em casos de dengue são realizadas por diversos setores da Secretaria de Saúde de forma rotineira, “sendo impossível destacar os custos específicos, uma vez que os mesmos serviços têm interface com outras patologias.”

Neste ano, três casos de dengue autóctone foram confirmados na região, sendo um em São Caetano, um em Diadema e outro em Mauá. São Bernardo e Rio Grande da Serra não informaram.

Sete casos de microcefalia estão em investigação para determinar as causas, que podem ou não ser o zika vírus: dois em Santo André e cinco em Diadema.  




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