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Grupo lê e reflete sobre obra de Jung

‘Livro Vermelho’, do renomado psiquiatra, é lido em busca do autoconhecimento em Santo André

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
08/11/2015 | 07:00
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Celso Luiz


A leitura não só dá asas à imaginação como também pode ser grande aliada no auxílio ao autoconhecimento, base para construir a confiança em si mesmo e ajudar na tomada das decisões mais difíceis com as quais sempre nos deparamos na vida. E é em busca da sabedoria individual que um grupo de pessoas realiza em Santo André, com o apoio de duas psicólogas, reuniões em atividade gratuita na Biblioteca municipal Nair Lacerda todas as quartas-feiras para ler e refletir sobre o Livro Vermelho, de Carl Gustav Jung (1875-1961). Psiquiatra e psicoterapeuta suíço, o autor foi quem criou a psicologia analítica e é considerado um dos maiores estudiosos da vida interior do homem.

A obra, cujo nome é devido à cor da capa que cobria os originais deixados por Jung, foi concluída por volta de 1930 e tem 371 páginas. Publicada na Europa e Estados Unidos somente em 2009, foi editada para o Português no ano seguinte.

Assim que o livro foi lançado, a psicóloga Margareth Maria de Marchi quis montar um grupo para lê-lo em conjunto. “Dois anos atrás, convidei quatro amigas e nos reuníamos dentro de um consultório. O proprietário pediu a sala e precisávamos buscar outro local. Como só eu estou na Capital e o restante é de Santo André, uma amiga disse que na biblioteca havia um espaço e há cinco meses estamos aqui”, conta.

Esse grupo, que se encontra das 16h às 18h, está chegando ao fim da leitura do livro. “Além de agregar conhecimento, a gente aprende a se olhar mais”, fala a participante e administradora de empresas aposentada Eugênia Kraszczuk, 60 anos.

O horário das 14h30 às 16h está sendo iniciado para quem se interessa em conhecer a obra e “que tem vontade de se conhecer também internamente”, frisa Margareth. “O Livro Vermelho ajuda a entender os aspectos internos e até o emocional, porque a pessoa vai começar a descobrir como ela funciona”, salienta. “Por mais de 50 anos, Jung trabalhou na busca constante de tentar desvendar as causas das doenças mentais e ele passou a entender que o inconsciente era muito mais que algo que deixava alguém fora de controle. Se a gente não olhar para o inconsciente e não trabalhá-lo, ele praticamente acaba monitorando os nossos sentidos”, acrescenta.

O estudante do 6º semestre de Psicologia João Henrique Gonçalves de Brito, 21 anos, começou a leitura na última semana. “Nessa área a gente tem que escolher uma abordagem, uma linha teórica, e estou explorando os caminhos.”

A cada quarta-feira, no máximo duas páginas são lidas e discutidas. “É um livro que não pode ter pressa, é um tempo para a pessoa, é como ioga, mas é ioga mental. Cada pessoa tem que assimilar a leitura e encaixar para si, porque não é um livro de receita pronta”, ressalta Margareth. “Jung escreve de forma poética, é gostoso de ouvir, ele tem uma facilidade e uma clareza para colocar as coisas. Quem começou a leitura, não parou”, garante.

Para mais informações sobre o grupo de leitura, o telefone da Biblioteca Nair Lacerda é 4433-0768.  




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