Por causa da crise econômica, as tradicionais férias coletivas de fim de ano nas montadoras de veículos deverão ter, em alguns casos, duração bem mais longa do que em anos anteriores. Um exemplo é a Scania, que, segundo informações passadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, deve dar folga a todo o pessoal da área produtiva (cerca de 2.000 pessoas) em São Bernardo, do dia 21 de dezembro até 25 de janeiro de 2016, o equivalente a 36 dias corridos. Em 2014, a fabricante de caminhões e ônibus deu férias dos dias 29 de dezembro a 18 de janeiro, ou seja, 21 dias.

O prazo maior reflete a situação especialmente ruim da área de caminhões pesados, que é o forte da empresa. Essa categoria de veículos registra retração de 60% nas vendas no País neste ano até setembro, ante mesmo período do ano passado, de acordo com números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Outra fabricante de caminhões, a Mercedes-Benz ainda não definiu suas férias coletivas para o período que abrange Natal e Ano-Novo.

Em outros casos, a programação de paradas vai ser até um pouco menor do que no fim do ano passado. Também de acordo com o sindicato, a Ford deixará em casa, por esse instrumento legal, seus 3.000 empregados dos setores ligados à produção de automóveis e caminhões, dos dias 18 de dezembro a 4 de janeiro, ou 18 dias. É menos que o tempo de interrupção de 12 meses antes, quando a empresa havia parado 26 dias – entre 15 de dezembro e 9 de janeiro deste ano. Na Volkswagen, os trabalhadores também ficarão menos tempo de folga. No ano passado, a empresa iniciou a interrupção na atividade fabril na unidade Anchieta já no dia 11 de dezembro (uma quinta-feira), com dois dias de licença remunerada, e a partir do dia 15 até 5 de janeiro, por meio de férias coletivas, totalizando, ao todo, 25 dias de parada. Neste ano, os 7.500 operários do chão de fábrica ficarão de férias do dia 17 do último mês do ano e também terminam dia 5, ou seja, 19 dias.

Porém, tanto a Ford quanto a Volkswagen (e também a Mercedes) adotaram o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), com redução de 20% da jornada e de 10% dos salários neste ano, enquanto a Scania, ainda não.