Política Titulo Imbróglio jurídico
Bottura diz que não foi notificado pelo TJ

Presidente da Câmara de S.Caetano afirma ‘legalidade da sessão’ que rejeitou contas de Auricchio

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
02/09/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O presidente da Câmara de São Caetano, Paulo Bottura (Pros), assegurou a legalidade da sessão da semana passada, que analisou e rejeitou as contas do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB), referentes ao exercício de 2012. Ontem, o parlamentar alegou que não foi notificado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), mas que acatará eventual decisão da Justiça se houver orientação pelo cancelamento dos trabalhos.

Na sessão do dia 25, o Legislativo manteve, por dez votos a oito, o parecer do tribunal, que criticou os gastos de Auricchio de seu último ano do segundo governo (2009 a 2012). No dia seguinte, órgão especial do TJ-SP despachou favoravelmente ao petebista, tornando nulo o parecer negativo do TCE. A defesa de Auricchio entende que a sessão é inválida, pois houve análise de parecer cancelado.

“Nós cumprimos o regimento interno da Câmara, que determina que a gente vote o parecer (do TCE) com a análise em mãos. Ele (Auricchio) tem todo o direito de recorrer, mas só posso anular a sessão caso a Justiça decida alguma coisa”, frisou Bottura. “Não vou contestar (possível decisão do TJ-SP), vou apenas justificar os motivos pelos quais colocamos as contas em votação”, emendou o chefe do Legislativo.

Até a data da votação, a situação era desfavorável a Auricchio. O presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, havia derrubado liminar que o petebista conseguira para anular o parecer negativo – alegou que não teve amplo direito de defesa no TCE. Com esse cenário, a postura do dirigente do Judiciário paulista validava a análise do TCE. No dia seguinte à sessão, porém, colegiado especial do TJ-SP derrubou o despacho de Nalini, favoreceu a tese de Auricchio e tornou a decisão do plenário em imbróglio jurídico.

Na sessão de ontem, governistas e oposicionistas subiram à tribuna para comentar sobre o resultado da votação da semana passada. “Estão comemorando antes do tempo, ainda tem muita coisa para acontecer”, analisou o vereador Edison Parra (PHS) que votou em defesa do ex-prefeito petebista. “Nós não estamos fazendo jogo político, estamos fazendo justiça para a cidade”, contestou o governista Pio Mielo (PT).

Os dez parlamentares que votaram pela manutenção do parecer do TCE redigiram carta à presidência da Câmara justificando a postura e alegando que “analisaram com afinco as contas de 2012” do ex-prefeito.

Na avaliação dos gastos de Auricchio, o Tribunal de Contas sustenta que o ex-prefeito deixou R$ 274,5 milhões em restos a pagar para o sucessor, Paulo Pinheiro (PMDB). Esse valor inclui, segundo o TCE, dívida de R$ 33 milhões com a Previdência Social referentes a contribuições não recolhidas. Auricchio contesta as informações e diz que não reconhece nenhum dos débitos elencados pelo TCE.




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