Cultura & Lazer Titulo
Dama da harpa
Por Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
28/07/2010 | 07:05
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Divulgação


De formação clássica, a harpista carioca Cristina Braga também flerta com a música popular. Esta união de gêneros se reflete em vários de seus discos, sobretudo no recém-lançado Feito um Peixe.

O título traz canções inéditas, criadas por compositores da cena popular especialmente para harpa, além de releituras. As novas são músicas feitas por Cristina em parceria com Luís Capucho, Moacyr Luz e outros nomes.

Feito um Peixe é a base do show que a cantora e instrumentista (primeira harpista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro) exibe no Sesi Santo André, na sexta-feira, às 20h, acompanhada pelo contrabaixista Ricardo Medeiros.

Novidades como Peixe (Capucho) e Cem Anos (Cristina e Ricardo Medeiros) integram o repertório da apresentação. Como esta é a primeira vinda ao Grande ABC, a carioca reserva espaço do show a faixas do penúltimo álbum, Paisagem (2008), para que o público conheça mais sua obra.

Motivos não faltam para manter a ‘vida dupla', como a cantora define. O que lhe encanta no clássico é tocar músicas de 400 anos de idade, sentada com uma orquestra de cento e tantas pessoas. Sobre o popular, argumenta: "Toco canções do meu tempo que falam de sonhos e tristezas que temos, além de poder improvisar".

O gosto pelo último gênero, em parte, foi despertado por Tom Jobim. O compositor é ouvido por Cristina desde cedo. "Sempre que você viaja para o Exterior, carrega o País no coração", aponta. Este elo com o Brasil era Tom Jobim que fazia.

Sem preconceitos, o artista pode percorrer todos os mundos da música. E o Brasil é rico nesse sentido. "Poucos países têm uma tradição de música popular como o nosso. É um privilégio ter produzido Milton Nascimento, Pixinguinha", enumera. Consagrada como harpista, Cristina enfrentou resistência no início da carreira. Quando falava em tocar MPB, há cerca de 25 anos, a resposta costumava ser a seguinte: harpa é música de Natal. "Sempre que um caminho é aberto, há resistência. Isso ocorre em qualquer área. As pessoas precisam de um tempo para absorver, experimentar", analisa.

Hoje o instrumento é bem recebido. De lá para cá, foi difundido em diversos gêneros. Cristina mesmo tem experiências ecléticas. Entre estas, acompanhou Nara Leão, tocou com o rei do samba de breque Moreira da Silva e incluiu a harpa no rock nacional enquanto subia aos palcos com os Titãs.

Cristina Braga - Música. Sexta-feira (30), às 20h. No Sesi Santo André - Praça Dr. Armando de Arruda Pereira, 100, Santo André. Tel.: 4997-3177. Entrada franca.




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