Interessada em captar politicamente o desgaste do ex-prefeito de Diadema e atual secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior (PT), a base de sustentação do prefeito Lauro Michels (PV) na Câmara prepara caravana para acompanhar o depoimento do petista à CPI da Petrobras. Na quinta-feira, deputados aprovaram requerimento de convocação de Filippi para prestar esclarecimentos a respeito de escândalos na petroleira, pois era tesoureiro das campanhas de 2006 do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de 2010 da presidente Dilma Rousseff (PT).

A excursão é liderada pelo vereador Atevaldo Leitão (PSDB), líder do governo Lauro no Legislativo. O presidente da Câmara, José Dourado (PSDB), também confirmou que vai à oitiva de Filippi em Brasília, ainda sem data marcada.

A intenção é fretar ônibus para rodar os 1.038 quilômetros entre a sede do Legislativo de Diadema e a Câmara Federal, onde será colhido o depoimento do petista.

Lauro deu sinal positivo à sua base de sustentação para explorar a convocação de Filippi. Tanto que ontem, pelas redes sociais, vereadores e assessores divulgavam a aprovação da oitiva.

Com esse movimento, o prefeito tenta enfraquecer seu principal rival na busca pela sucessão, embora Filippi tenha, no mês passado, comunicado oficialmente ao PT que não queria ser candidato novamente a prefeito de Diadema – nos bastidores, a desistência era tratada como manobra caso ele saia ileso das investigações da Operação Lava Jato.

Segundo Leitão, além dos vereadores, o objetivo é levar a Brasília representantes de classes sociais da cidade. “A Força Sindical, por meio do Paulinho (deputado federal Paulo Pereira da Silva, ex-presidente da Força), tem feito papel importante, chamando a atenção da sociedade para o acompanhamento das investigações dos casos de corrupção. Diadema deve explicação à sociedade de casos que não foram explicados e que comprometeram a qualidade dos serviços públicos”, afirmou o tucano, que diz que vai mobilizar o núcleo sindical do PSDB para a empreitada.

“Muitos já estão contestando, vi que o PT (de Diadema) está reclamando. Eles gostam é de ser pedra, de atirar na vidraça. Quando são a vidraça, não sabem como reagir. Esse é o maior escândalo de corrupção do País e nossa cidade está, infelizmente, envolvida”, adicionou Leitão.

Filippi não vai se posicionar oficialmente até ter data definida e acesso ao teor do requerimento de convocação.

Na peça, formulada pelo deputado federal Bruno Covas (PSDB), o motivo da oitiva é explicar doações à campanha de Dilma por parte de empresas investigadas de desvio de dinheiro público da Petrobras e também pelo fato de ele ter sido citado como testemunha de um dos empreiteiros acusados de corrupção.