Israel está isolado do resto do mundo com a paralisação do tráfego de aviões no aeroporto internacional Ben Gurion, nos arredores de Tel Aviv. Os trens não funcionam, nem os serviços portuários e aduaneiros.
Escolas e universidades permaneceram fechadas, assim como os bancos, os serviços municipais, as unidades administrativas e ministérios, a Bolsa de Tel Aviv, a companhia de telecomunicações Bezeq, os Correios, a companhia elétrica, a de água e as refinarias. Entretanto, o movimento não afeta as empresas do setor privado.
Crise - O clima social está tão deteriorado que o secretário geral da Histadrut, Amir Peretz, se recusou a adiar a greve, apesar do ataque suicida cometido durante a madrugada na entrada de um café-bar de Tel Aviv, próximo da embaixada dos EUA, que causou a morte de quatro pessoas, incluindo o camicase.
A ação da Histadrut foi deflagrada para protestar contra a intenção do ministro de Finanças, Benjamin Netanyahu, de apresentar um projeto de lei que anula acordos coletivos no setor público que a central tinha firmado e que constituem sua razão de ser. "Benjamin Netanyahu se comporta como um ditador", disse Peretz.
Entretanto, a aprovação deste plano em primeira leitura no Parlamento parece garantida, graças ao apoio dos partidários da maioria, segundo a emissora de rádio oficial. O objetivo do plano é livrar Israel da maior recessão econômica de sua história.
Adotado no final de março pelo Governo, o plano estabelece cortes orçamentários de 2,3 bilhões de dólares, uma queda de entre 8% e 10% dos salários da função pública, a demissão de dezenas de milhares de funcionários, a prorrogação até os 67 anos da idade para aposentadoria, contra 65 atualmente, e uma redução dos subsídios familiares.
Netanyahu pediu à Histadrut que "ponha fim a esta greve supérflua e reinicie as negociações", durante um agitado debate parlamentar. O ministro também afirmou que os Estados Unidos "condicionaram a entrega a Israel, em três anos, de 9 bilhões de dólares de garantias bancárias do Tesouro americano à aprovação deste plano". Estas garantias devem permitir a Israel conseguir empréstimos internacionais com taxas de juros mais baixas.
Na frente política, Netanyahu está menos propenso a fazer concessões, mesmo sabendo que seu futuro político está sendo julgado, segundo os observadores. Um eventual fracasso de seu plano questionaria seriamente sua tentativa de suceder a Ariel Sharon como chefe do Likud e no cargo de primeiro-ministro.
O presidente da Associação de Industriais, a principal organização patronal, Oded Tira, denunciou por sua parte a greve, afirmando que "dará um golpe muito duro nas empresas privadas, cujas atividades de exportação serão paralisadas". O Tesouro estimou entre US$ 300 e US$ 400 milhões por dia o montante das perdas provocadas por esta greve.
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