Um time descontrolado emocionalmente, incapaz de se reinventar perante adversário apenas voluntarioso. Esse foi o retrato da fatídica eliminação do Corinthians, ontem, em plena Arena, em Itaquera, para o Guaraní, do Paraguai. Com dois jogadores expulsos, o time perdeu melancolicamente por 1 a 0 e deixou o campo sob aplausos, mas decepcionado.

Tudo saiu como combinado. Bastou a bola rolar para o Corinthians se lançar com tudo ao ataque, encurralando o Guaraní no seu campo e criando boas chances para abrir o placar. Era como se a informação de que a diretoria conseguiu empréstimo para pagar parte da dívida com os jogadores tivesse funcionado como combustível extra.

À medida que o tempo passava, o nervosismo era quem dava as caras. Em determinado momento, o Timão passou a jogar contra a ansiedade. Na melhor chance, aos 36, Guerrero recebeu com rara liberdade na entrada da área e chutou para boa defesa de Aguilar.

Acostumado nos últimos meses com fartas vitórias, o torcedor corintiano teve de reaprender a sofrer. Fez sua parte e lotou o estádio. Tite também tentou, colocou Danilo e Mendoza nas vagas de Felipe e Malcom. Era tudo ou nada.

A situação que não era fácil ficou insustentável logo no início do segundo tempo. Fábio Santos entrou com força excessiva em Santander e foi expulso. O Timão ficou refém do seu descontrole emocional e perdeu Jadson, que também fez falta violenta e foi para o chuveiro, na sexta expulsão da equipe em dez jogos na Libertadores. Tite assistia a tudo passivamente.

Era o desfecho mais melancólico possível para time que subiu no salto no primeiro jogo e mostrou-se incapaz de superar o incansável time paraguaio no segundo. E o pior ainda estava por vir. Aos 46, Fernandez deu o golpe de misericórdia e decretou o 1 a 0 para o Guaraní.