A Mercedes-Benz acaba de alcançar a marca de 50 mil peças remanufaturadas produzidas para caminhões e ônibus, desde que passou a fazer essa linha de itens, em 2004.

Esse volume inclui cerca de 28,8 mil motores e 13,7 mil câmbios, que passam por revisão e recebem componentes originais, na unidade da fabricante de Campinas, São Paulo, e mais de 7.500 embreagens, fornecidas pelos próprios fabricantes.

Neste ano, já foram 1.500 motores que passaram por esse processo e foram vendidos no mercado nacional. Isso representa crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse é um mercado em ascensão. Em 2004, foram comercializados 500 motores remanufaturados; no ano seguinte, foram 1.500, e em 2010, cerca de 7.000.

A entrada no segmento se justificou pelo interesse da fabricante em se aproximar dos transportadores após o período da garantia do veículo zero-quilômetro, quando muitos deles passam a recorrer a oficinas independentes.

Com isso, esse mercado passou a ser estratégico para a Mercedes-Benz. "Deixa o cliente mais perto da marca durante todo o ciclo de vida do veículo dele", afirma Ari de Carvalho, diretor de pós-venda da montadora no País.

Para o executivo, a ascensão da demanda reflete a gradual percepção dos clientes (autônomos e transportadoras) das vantagens dos produtos, para os quais a Mercedes oferece garantia de 12 meses, sem limite de quilometragem.

Carvalho acrescenta que a relação custo/benefício proporcionada contribui para a maior rentabilidade dos seus negócios de transporte.

De acordo com o executivo, o custo do produto chega a 58% do valor da peça nova. Como exemplo: o motor Axor novo sai por R$ 31.526 e o remanufaturado pode custar R$ 18.354. O preço depende da avaliação da peça usada que servirá como base de troca.

Outro benefício é a maior disponibilidade do veículo, uma vez que o tempo de parada na oficina é reduzido. E para sua tranquilidade, o cliente conta com a maior rede de concessionários do País, com cerca de 200 pontos de atendimento e cobertura em todo o território nacional.

SUSTENTABILIDADE

A linha da montadora tem ainda o diferencial da sustentabilidade ambiental. Com o processo de remanufatura, há redução no descarte de materiais. Além disso, o motor emite menos poluentes gerados pelo desgaste de componentes.

Setor de oficinas tem expansão 24,7% entre 2009 e 2010

Além do crescimento da produção de peças remanufaturadas pelas fabricantes, o setor de reparação de veículos, de forma geral, vem em forte crescimento, de acordo com dados do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos no Estado de São Paulo).

Esse segmento, das oficinas, registrou crescimento de 24,7% em 2010 com relação ao resultado de 2009 provocado pelo aumento médio de 7% da frota circulante nos últimos anos.

Dos 32,5 milhões de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) que trafegam pelo País, a maioria, ou seja, 80% fazem manutenção em oficina de confiança.

Isso começa a ocorrer a partir de um ano e meio de idade do veículo, conforme mostra pesquisa da Gipa, órgão internacional especializado em análise de mercado de pós-venda.

A inspeção ambiental veicular, implantada na cidade de São Paulo e que foi ampliada para toda a frota da Capital paulista em 2010, também impulsionou o aumento de serviços nas oficinas da Região Metropolitana.

Outro fator que reflete os resultados positivos do setor, segundo o presidente do Sindirepa, Antonio Fiola, é o aumento da preocupação do motorista com relação à manutenção preventiva do veículo que, segundo pesquisa da Gipa, indica que o índice subiu 10 pontos percentuais nos últimos dez anos.

"Em 2010, 54% dos veículos com cinco anos de uso foram à oficina fazer revisão preventiva, enquanto que, em 2005, esse índice era de 44%, fazendo com que a reposição automotiva seja responsável por 80% da manutenção da frota circulante, total de 25,8 milhões de veículos a partir de três anos de idade", avalia o presidente do sindicato.