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Ópera esquenta o Festival de Campos
Nelson Albuquerque
Enviado a Campos do Jordão
22/07/2001 | 17:27
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O clima, que não esteve muito frio no último sábado em Campos do Jordão, pode ter decepcionado o público. Ao contrário da encenação da ópera Don Pasquale, com a Orquestra Sinfônica de Santo André, que lotou o Auditório Cláudio Santoro e mereceu a longa sessão de aplausos no 32º Festival de Inverno da cidade.

Lá fora, os termômetros indicavam temperatura de 15 graus. Com todos os lugares – mais de 1 mil, segundo os organizadores – ocupados, o auditório assistiu à estréia dessa montagem com esse elenco na ópera do compositor italiano Gaetano Donizetti (1797-1848), com direção cênica de Walter Neiva e participação do Coral do Estado de São Paulo.

Sob regência de Flavio Florence, também diretor musical do espetáculo, a Sinfônica andreense estava muito bem entrosada com os cantores líricos. Aliás, um belo elenco, com destaque para a soprano Cláudia Riccitelli no papel de Norina. Don Pasquale foi interpretado pelo barítono Sandro Christopher, e Ernesto, pelo tenor Eduardo Itaborahy. O barítono Paulo Szot, de Ribeirão Pires, deu vida ao espirituoso Dr. Malatesta.

A organização do Festival distribuiu um bom material sobre a apresentação, com descrição da orquestra e coral, informações sobre o compositor e sinopse da história. O drama bufo tem seus três atos encenados em duas partes, com duração de cerca de duas horas e 20 minutos. A cômica confusão tem o dedo do Dr. Malatesta, que coloca Norina, a amada de Ernesto, como pretendente de Don Pasquale, velho rico.

Don Pasquale terá duas novas récitas, nos próximos dias 27 e 29, no Theatro São Pedro em São Paulo. No dia 3 de agosto, a montagem ganhará o palco do Teatro Municipal de Santo André, com ingressos em troca de agasalhos e alimentos não perecíveis.

Que ninguém espere uma montagem suntuosa – o que não quer dizer que seja um defeito. Afinal, nos caprichados detalhes percebe-se o esforço de cada envolvido para realizar a ópera, em um trabalho de preservação deste gênero artístico. Algo para melhorar sempre há – pode-se começar pelas legendas eletrônicas, que ficam pouco nítidas quando a iluminação cênica é total.




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