Apontado até o ano passado – antes de ser derrotado nas urnas em outubro – como candidato natural do PT à sucessão do prefeito João Avamileno (Santo André) em 2008, o ex-deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho, quebrou o silêncio e disse que apoiará a vice-prefeita Ivete Garcia nas prévias do partido.

Luizinho é o segundo petista influente da cidade que manifesta apoio público a Ivete, cujos concorrentes no partido são o deputado estadual Vanderlei Siraque, o vereador Claudio Malatesta e o militante Ivo Martim. Antes dele, o presidente da Câmara, José Montoro Filho, o Montorinho, admitiu estar engajado na campanha ‘pró-Ivete’.

Segundo Luizinho, a explicação sobre o que o levou a apostar suas fichas na vice-prefeita é simples. “Ela representa uma continuidade renovada e recuperada do governo competente do João (Avamileno). É a única, dentre as opções, que traz nova visão, mesclando ousadia, competência e criatividade. Sou Ivete de corpo e alma”, discursa.

O ex-deputado também lembra que a vice-prefeita teve êxitos como dirigente sindical, vereadora, presidente da Câmara e secretária do atual governo do qual é vice. “Ela foi testada no voto quando se elegeu para o Legislativo e, como vice-prefeita, assumiu cargo no governo (secretária de Orçamento e Planejamento Participativo) no qual vem tendo pleno êxito, dando demonstrações de total capacidade”, enaltece.

Outro importante fator citado por Luizinho foi o trabalho realizado por Ivete no governo Celso Daniel, em que ela foi responsável por implementar a assessoria dos direitos da mulher. “Foi uma experiência maravilhosa. Esta luta histórica pela igualdade de gênero fez com que ela fosse reconhecida em âmbito estadual, nacional e até internacional.”

Luizinho criticou a postura dos demais pré-candidatos. “Estão surgindo nomes que não imaginávamos, viabilidade alguma demonstraram, e que mais aparentam uma luta de espólio, pessoal, fora do interesse geral e coletivo. Isso é prejudicial ao governo e ao futuro do PT”, acredita.

O ex-deputado admite a decepção de não estar na disputa. “É óbvio que gostaria de ter meu nome colocado. É uma honra representar a cidade no seu mais alto cargo Executivo. Isso me contemplaria politicamente.”

Mas afirma que optou por não disputar as prévias propositalmente. “Nada me impedia de fazê-lo, até porque acho que contribui para o município durante meus mandatos. Mas sou consciente. De forma muito tranqüila e serena, considero que neste momento não é possível entrar na disputa. Não tenho de recuperar o revés político sofrido numa eleição com uma briga interna ao cargo maior de Santo André. Por pensar assim, acredito que tenho direito de pedir consciência aos outros.”

Luizinho reitera a importância de o PT adiantar a realização das prévias para o segundo semestre deste ano, como sugeriu Avamileno. “O partido que esperar até abril ou maio (para decidir o nome do candidato) está dizendo que não participará por inteiro do processo eleitoral”, avalia.