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Secretaria de Saúde de Mauá é invadida duas vezes em 10 dias

Computadores e itens pessoais de funcionários foram furtados; BO cita busca por informações privilegiadas

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
05/11/2020 | 00:01
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Reprodução


Em um prazo de dez dias, a sede da Secretaria de Saúde de Mauá, na Vila Guarani, foi invadida e furtada duas vezes. Em 26 de outubro, os funcionários chegaram ao imóvel e perceberam a invasão, embora não houvesse sinais de arrombamento. Mesas e gavetas estavam reviradas, papéis jogados ao chão, mas nenhum patrimônio público foi levado. Na ocasião, segundo o boletim de ocorrência registrado no 1º DP (Centro), foram furtados objetos pessoais de um funcionário, como documentos, um notebook e algumas ferramentas.

Na última terça-feira, novamente o imóvel foi invadido e, desta vez, janelas e portas do departamento de recursos humanos, da cozinha e da entrada foram arrombadas. Os funcionários que chegaram de manhã para trabalhar após o feriado encontraram salas completamente reviradas. No boletim de ocorrência, há o registro de que a invasão pode ter sido feita com intenção de acesso a informações sigilosas e/ou privilegiadas, “já que dispositivos informáticos detentores de informações e dados foram subtraídos”. De acordo com o registro da ocorrência, também feito no 1º DP, foram furtados ferramentas, ventiladores, escadas, pendrives, computadores, monitores e notebooks.

O Diário pediu para conversar com o prefeito Atila Jacomussi (PSB) sobre os incidentes, uma vez que o boletim de ocorrência menciona a possibilidade de que os invasores podiam buscar algum tipo de informação, caracterizando o caso como um crime político. O prefeito não retornou os contatos. 

A Secretaria de Saúde de Mauá esteve sob investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, que em junho encontrou R$ 19,3 mil em espécie na casa do titular da pasta, Luis Carlos Casarin. Na ocasião, o gestor afirmou que se tratava de recursos para pagar uma reforma.

A investigação apurava possível superfaturamento em contratos de gestão e construção do Hospital de Campanha criado para combate à Covid-19. A suspeita é a de que a contratação ocorreu com valores muito acima dos praticados pela Prefeitura de Santo André, que construiu equipamentos semelhantes. Ao todo, foram pagos R$ 4,3 milhões para a OS (Organização Social) Atlantic – Transparência e Apoio à Saúde Pública para construir e gerenciar o equipamento.

Após a desmobilização, em agosto, a administração municipal informou que os casos da doença que foram diagnosticados no hospital não vinham sendo somados ao total de outras unidades de saúde. Assim, os dados do governo do Estado sobre o número de infectados pelo novo coronavírus são bem menores do que os que são informados pela Prefeitura. Ontem, segundo o Estado, a cidade tinha 8.123 casos e 384 mortes. De acordo com a administração municipal, eram 6.372 pacientes infectados e 355 óbitos.

Questionada, a Prefeitura de Mauá apenas confirmou o incidente desta semana e informou que a perícia local solicitou uma perícia de São Paulo para colher digitais e ver se é possível identificar os invasores. A administração não comentou sobre a primeira invasão nem sobre a suspeita de furto de dados sigilosos. 




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