Política Titulo Para enfrentar pandemia
Secretário de Doria descarta envio de mais recursos ao Grande ABC

Situação da região não exige novos aportes financeiros, argumenta Vinholi

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/07/2020 | 00:01
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O secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi (PSDB), avisou que o governo paulista não projeta, por ora, enviar novo pacote de recursos financeiros para cidades do Grande ABC no enfrentamento do novo coronavírus.

Segundo o tucano, a situação da região na luta contra a Covid-19 demonstra “não haver necessidade” de encaminhar mais verba.

“Nosso compromisso é manter sempre a capacidade de atendimento, não deixar as pessoas sem esse atendimento. Com a evolução do Grande ABC (no quadro epidêmico), não tem se mostrado essa necessidade (de aportar mais dinheiro). Mas se a necessidade for posta pela evolução da pandemia, não nos furtaremos em ajudar. Agora, não se faz necessária”, declarou Vinholi, ao Diário.

Em março, o governo paulista enviou R$ 29,7 milhões à região, distribuídos em R$ 8,6 milhões para Santo André; R$ 9,99 milhões a São Bernardo; R$ 1,28 milhão a São Caetano; R$ 4,2 milhões a Diadema; R$ 4,68 milhões a Mauá; e R$ 980,8 mil a Ribeirão Pires. Esse dinheiro, segundo o Estado, serviria exclusivamente para ações de combate à Covid, como compra de equipamentos ou montagem de hospitais de campanha.

A declaração de Vinholi contrasta com a preocupação de prefeitos e secretários municipais de finanças do Grande ABC. As cidades demonstram preocupação com o caixa por causa dos reflexos econômicos do avanço do novo coronavírus e pelo fato de a pandemia permanecer mais do que os três meses de previsão inicial.

O secretário paulista declarou que o Estado confecciona planejamento de auxílio aos municípios na retomada da economia – denominado Plano 2021/2020 –, no qual “serão trabalhadas medidas para resgate da economia”. “São Paulo, certamente, vai liderar a retomada econômica do País”, emendou o tucano, citando que as ideias são capitaneadas pelo secretário estadual da Fazenda, Henrique Meirelles.

No Grande ABC, a estimativa de impacto nas contas públicas é na ordem de 25% da arrecadação geral. Recentemente, estudo elaborado pelo Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS (Universidade Municipal de Sâo Caetano), feito por Francisco Funcia, indicou risco de colapso na região se não houver auxílios federal e estadual.

MOBILIDADE
A respeito do andamento da Linha 18-Bronze, que ligaria o Grande ABC ao sistema de Metrô da Capital via monotrilho, Vinholi disse “referendar as palavras” do secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, que sustenta que o modal será por BRT (sigla em inglês para ônibus de alta velocidade).

Vinholi admitiu que se encontrou com representantes da BYD, que chegou a propor resgate do monotrilho para a Linha 18, mas depois recuou. Disse que, à ocasião, pediu que agenda com Baldy fosse marcada. “O secretário Baldy conduz todas as questões dos transportes metropolitanos e estamos aqui acompanhando. Evidentemente que concordando com as ponderações que ele coloca.”

Márcio França cita dados inexistentes e tem postura vergonhosa, rebate tucano

Presidente do PSDB estadual e secretário do Desenvolvimento Regional no governo de João Doria (PSDB), Marco Vinholi rebateu as declarações dadas pelo ex-governador Márcio França (PSB) ao Diário, sobretudo as críticas disparadas pelo socialista ao modo como a gestão tucana trata a pandemia de Covid-19.

“Tudo o que fizeram foi errado. São Paulo virou a vergonha do País (na crise), com milhares de mortos e toda população quebrada”, declarou França, em frase contestada por Vinholi.

“É uma postura vergonhosa porque está citando dados inexistentes. Ele deveria se atualizar mais, inclusive sobre Medellin, que ele disse na entrevista (França afirmou que quatro pessoas morreram na cidade colombiana; no Estado de Antioquia, onde Medellin é Capital, são 345 mortes)”, disparou. “Acredito que ele não tem acompanhado muito como tem sido feito o combate à Covid. Nem em São Paulo nem em Medellin.”

O secretário emendou. “Aliás, importante lembrar que São Vicente, onde ele foi prefeito, o combate ao novo coronavírus ficou muito aquém do que preconizam a ciência e a medicina”, sustentou o tucano. São Vicente é administrada por Pedro Gouvêia (MDB), cunhado de França.  




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