Política Titulo Câmara de Santo André
Elian pede desculpa a andreenses por ‘transtornos’

Em 1º discurso, vereadora reitera inocência e fala que nunca fez parte de esquema fraudulento

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/06/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Em seu primeiro discurso após regresso à Câmara, a vereadora Elian Santana (DEM), de Santo André, pediu perdão à população e a seus colegas de Legislativo, embora tenha reiterado inocência em relação às acusações de envolvimento em esquema de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) – ela ficou 18 meses fora do mandato por imposição da Justiça. “Mesmo sabendo da minha inocência e crendo nos esclarecimentos dos fatos, (quero) pedir desculpa a todos os cidadãos andreenses e vereadores desta edilidade pelos transtornos causados, mesmo que equivocadamente.”

Há uma semana, o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) decidiu acatar pedido de habeas corpus para retirar as medidas cautelares impostas, incluindo a suspensão do mandato eletivo. Principal alvo da Operação Barbour, da PF (Polícia Federal), a parlamentar reafirmou, em mais de uma oportunidade durante sua fala, que ficará provado que ela não cometeu ilegalidades. “Diante de Deus e perante a todos que nestes momentos nos acompanham, que não fiz e não faço parte de qualquer esquema fraudulento junto ao INSS. Nunca desviei um centavo do erário”, disse.

Evangélica, Elian se pronunciou por cerca de seis minutos. Usou trechos da Bíblia em quatro ocasiões. Agradeceu pelas palavras de conforto “nos dias mais difíceis” de sua vida – chegou a ficar detida por 18 dias, quando foi solta, mediante aplicação de restrições. “É com muito orgulho que reassumo meu lugar de direito, que me foi confiado no pleito de 2016, direito esse que a mim foi outorgado pelos 4.581 eleitores que acreditam no meu trabalho. Nunca duvidei que esse dia chegaria, pois confio na justiça terrena, no entanto, confio muito mais na justiça divina.”

A acusação aponta que assessores de Elian utilizavam o gabinete para burlar aposentadorias especiais. A vereadora avaliou que o “equívoco” atrelado a ela será sanado. “Tive a honra manchada, anos de trabalho e dedicação postos em dúvida, mas sei que tudo será esclarecido.” Ela teve apoio de boa parte dos colegas no decorrer da sessão. A casa abriu processo de cassação em comissão de ética, só que o grupo avaliou que o parecer jurídico interno não era conclusivo quanto a condená-la à perda do mandato. A tramitação do caso segue em sigilo. 




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