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Skaf defende ideias novas para problemas antigos
Por Cláudio César de Souza
Especial para o Diário
12/07/2010 | 07:08
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DGABC


O candidato do PSB ao Palácio dos Bandeirantes, Paulo Skaf, 54 anos, promete descentralizar o poder através da criação de subgovernadorias nas regiões administrativas de São Paulo e dar choque de gestão na administração do principal Estado do País. "São os moradores que decidirão as prioridades. O que São Paulo está precisando é de ideias novas para resolver os velhos problemas. Não tenha dúvida de que vou promover um choque de gestão se a população nos der a oportunidade de governar o Estado", afirmou Skaf. Em sua primeira disputa eleitoral, o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) critica a atuação dos governos do PSDB nas áreas de Saúde, Educação e Segurança Pública e demonstra confiança de que poderá reverter a atual desvantagem nas pesquisas de intenção de votos.

O que motivou o sr. a disputar o governo de São Paulo?

Muitas pessoas da sociedade reclamam muito dos políticos e de que a administração pública deveria ter mais eficiência, as pessoas deveriam ser melhor atendidas e os impostos deveriam ser menores. Chega um momento na vida que não adianta você ficar reclamando. Você tem que assumir novas posições. Durante 12 anos trabalhei voluntariamente e em seis anos fizemos uma verdadeira revolução em São Paulo à frente da Fiesp. Recebi convite do PSB para me filiar e depois para ser candidato a governador de São Paulo e entendi que era o momento de dar uma contribuição maior e pegar essa experiência toda que adquiri à frente da iniciativa privada e colocá-la à disposição do Estado, caso seja eleito. Porque na administração privada você tem que buscar resultados concretos e fazer com seriedade, assim como na administração pública. Se tiver oportunidade de ser governador, tenho certeza que vou dar uma chacoalhada no Estado, ajudando-o ser ainda melhor.

O sr. tem pregado choque de gestão no Estado caso seja eleito. Como pretende implementar essas mudanças?

Quero colocar à disposição de São Paulo essa experiência como empresário e presidente do sistema Fiesp, que é maior do que 95% das cidades do Brasil e alguns Estados brasileiros. Essa experiência de eficiência e busca de resultados concretos. O papel do governador não é ser chorão e ficar reclamando, mas resolver os problemas. Ninguém pode aceitar na administração pública a ineficiência e a corrupção. Não tenho dúvida de que esse conceito da eficiência pode ser aplicado na administração pública. O que fizemos na Fiesp na área de Educação, vamos expandir para o Estado se formos eleitos. O que o Estado está precisando é eficiência, coragem para fazer o que precisa ser feito e não tenha dúvida de que vamos promover esse choque de gestão se a população nos der essa oportunidade.

O sr. está disputando sua primeira eleição. O que traz de novo para a política?

Somos o novo mesmo. Se você analisar os outros candidatos ao governo, todos eles são políticos tradicionais e que não trazem nenhuma novidade, com todo respeito que eles merecem. O único que traz novidade sou eu. Mas essa novidade não significa falta de experiência, mas modernidade, que é essa visão de administração pública com eficiência e respeito às pessoas de não fazê-las esperar meses para marcar uma consulta de Saúde. Temos que encontrar soluções para resolver esses problemas e essa sensibilidade não está nos políticos tradicionais, que há décadas estão na política e convivendo com essa falta de respeito às pessoas, seja no atendimento à saúde, seja na formação dos alunos das escolas públicas, seja na segurança pública e na área de transportes. São velhos problemas e que precisam de ideias novas. Se você faz sempre da mesma forma, o resultado será igual. Você tem que fazer diferente para ter resultado diferente e que resolva os problemas. Vamos aproveitar o que tem de bom, aprimorando, mas também vamos resolver os problemas de 20 anos.

O sr. acredita que o fato de ser sua primeira disputa eleitoral poderá prejudicá-lo?

O que o eleitor está cansado é dos velhos problemas, dos políticos tradicionais e das promessas em época de campanha que depois não se vê os resultados quando as pessoas chegam ao governo. Nesse Estado rico em seu comércio, em sua indústria e em seu povo, mas pobre na Educação, na Saúde e na Segurança Pública, a minha candidatura é o fato novo e isso poderá fazer a diferença junto ao eleitorado.

Caso o sr. seja eleito, quais serão suas principais ações e o que pretende fazer de diferente em relação aos 16 anos de governos do PSDB?

Quero construir futuro junto com o povo de São Paulo, sem olhar para trás. Gosto de olhar para a frente, identificando os problemas e buscando as soluções. Saúde e Educação serão prioridades. Na Saúde, vamos acabar com as filas. Vamos lançar o programa sem filas para consultas, exames e cirurgias. Povo de São Paulo vai sentir essa mudança. Quanto à Educação, através dela você constroi uma nova sociedade. Vamos prestigiar os professores e educadores, com plano de carreira e melhoria do salário. Também vamos trabalhar para resolver os problemas da Segurança. Em muitos lugares do mundo não há problema de segurança e podemos fazer isso em São Paulo. Vamos tratar bem os policiais, valorizando o trabalho deles e aumentando os salários, mas também vamos ter uma corregedoria muito firme e vamos investir em tecnologia para termos toda a possibilidade de combater a criminalidade. No caso dos pedágios, a nossa meta é lançar o programa Sem Pagar. Da meia-noite às 7h, as pessoas não vão pagar pedágio e das 7h à meia-noite, haverá 50% de redução nas tarifas.

Na Educação, o sr. pretende rever o sistema de progressão continuada?

Vamos rever sim. Nosso projeto para a Educação é muito simples. Vamos implantar tempo integral para todo o Ensino Fundamental. Eu quero escolas com alunos aprendendo e professores estimulados.

O sr. tem sustentado que a população de São Paulo quer mudança porque o modelo de 16 anos de governos do PSDB já estaria esgotado, mas o candidato tucano, Geraldo Alckmin, aparece com pelo menos 50% nas pesquisas. Não é uma contradição?

O que falei é que há uma vontade de se ter uma opção nova. Porque todo ano há essa polarização do PT e do PSDB e os mesmos políticos disputando os cargos. Se eu estivesse alto nas pesquisas, eu seria uma opção velha e não uma novidade como sou. A pesquisa não prevê o futuro, mas é uma fotografia do momento. Alguém que está na política há décadas e já exerceu cargos lógico que será mais conhecido e estará melhor nas pesquisas nesse início da campanha do que eu. Mas o eleitor de São Paulo não decidiu ainda. Hoje, 80% dos eleitores ainda não decidiram o voto para governador. Está em aberto. Se a maioria das pessoas não decidiu, temos chance de conquistar esses votos.

O sr. tem hoje 2% nas pesquisas de intenção de voto e o líder, Geraldo Alckmin (PSDB), tem mais de 50%. Como o senhor pretende reverter essa desvantagem?

O primeiro passo é as pessoas me conhecerem. Através da imprensa, dos debates e dos programas de rádio e TV, passarei a ser mais conhecido. A partir do momento em que for mais conhecido e as pessoas perceberem que sou uma opção nova para São Paulo em termos de modernidade, realização e seriedade, as pessoas me darão um voto de confiança. Quando as pessoas passam a me conhecer, sinto que ficam animadas porque há uma opção nova para São Paulo. Um Estado que é organizado e que deve liderar sempre os grandes movimentos, não pode ficar sempre com os mesmos partidos e com as mesmas pessoas. Se isso está acontecendo, há algo errado e essa situação precisa ser mudada.

O sr. pretende se engajar na campanha de Dilma Rousseff à Presidência? Por que?

A proporção do meu engajamento na campanha dela será a mesma do engajamento dela na minha campanha.




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