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Santo André retoma bienal da gravura
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
18/07/2010 | 07:04
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Nário Barbosa/DGABC


A arte da gravura chama atenção por todo o seu processo artesanal e o belo produto final. Esse segmento das artes plásticas promete voltar com força ao calendário cultural com a retomada da Bienal da Gravura de Santo André. Considerado um dos principais do gênero no País, o evento promete reunir obras de artistas renomados e revelações de todo o Brasil com produções de artistas da região.

Os envolvidos na retomada da Bienal acreditam que os sete municípios têm potencial grande o bastante para transformar o Grande ABC em um importante polo de gravura. "O material humano que temos é impressionante. É preciso criar um centro que misture todos os tipos de cultura e informação. O importante é pensar no coletivo", entende o mestre impressor Roberto Gyarfi, o Alemão.

Morador da cidade há nove anos (além das duas temporadas em que se instalou em São Bernardo), Alemão é conhecido por seu rico acervo pessoal com cerca de 1.000 obras. Entre os itens espalhados pela casa, estão produções de artistas como Aldemir Martins, Lívio Abramo e Edson Lourenço, este último, vencedor da primeira edição da Bienal por um trabalho integrante do projeto Memórias da Pedra. Apesar do importante material, os trabalhos realizados em oficinas também têm grande valor para o veterano impressor.

Quem toma conta da organização é a Prefeitura andreense, que ainda procura apoio privado para melhorar as condições da atividade para valorizar adequadamente os talentos locais. Segundo Pedro Luiz Botaro, diretor de Cultura da Prefeitura, é importante haver atrações como essa para que todos possam ter uma chance. "Temos muitas pessoas boas que nem o poder público sabe que existem pelas cidades. O evento surge como oportunidade para que todos tenham um espaço e possam ganhar projeção. A cada exposição percebemos que novos produtores culturais surgem."

A Bienal nasceu em 2001 e seguiu normalmente até 2007. Sua quinta edição deveria ter ocorrido no ano passado, mas a organização trabalha para que tudo siga conforme o planejado, com atrações variadas ocorrendo entre os dias 4 de novembro e 16 de janeiro de 2011. As inscrições estão programadas para começar a partir do dia 14 e serão abertas para todos os interessados que tenham um trabalho de gravura em mãos.

As atividades se espalharão por diversos locais, casos do Salão de Exposição, a Casa do Olhar e a Sabina. Palestras e oficinas - incluindo uma de litogravura ministrada por Alemão - complementam o evento. Ainda não há definição quanto ao valor dos prêmios, mas o que importa é que a volta da Bienal está garantida.

Matriz origina réplicas

O termo ‘gravura' pode ser familiar a muitas pessoas, mas nem todos conhecem o que ele realmente significa. Esse tipo de arte se baseia em reproduzir algum tipo de imagem por meio de uma matriz.

As diferenças entre os materiais utilizados acaba por classificar os tipos de gravura, casos das litogravuras (feita a partir de pedras) e as xilogravuras (com madeira). Placas de borracha e metal também podem usadas para dar origem às obras.

"O importante nesse tipo de arte é a incisão, a ligação direta com a sua obra", explica o impressor Roberto Gyarfi, o Alemão, famoso por sua trajetória ligada à litogravura. "É uma arte muito rica, porque o artista pode desenvolver várias técnicas em cima de uma pedra calcária."

Apesar das matrizes, os interessados em fazer sua gravura podem utilizar diferentes técnicas artísticas em suas obras, entre elas desenhos com lápis, raspagem e aquarela. Todo o processo de produção já é uma obra de arte.




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