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Camiseta de PET made in Grande ABC
Isis Mastromano Correia
Especial para o Diário
08/05/2007 | 07:05
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Do lixo para o guarda-roupa, as garrafas PET recicladas vêm ganhando espaço na indústria têxtil. Em Santo André e São Bernardo, a Montelban e a Loyal Confecções produzem a camiseta ecológica, feita a partir da mistura do algodão com o Poli Tereftalato de Etileno (significado de PET).

Numa época em que ficar fora da moda é também sinônimo de pouca consciência ambiental, a produção das camisetas com fibra plástica garante benefício ao meio ambiente e faz a cabeça dos ecologicamente corretos. “As pessoas estão preocupadas em consumir alimentos saudáveis, então, por que não optar por roupas que respeitam a natureza?”, questiona a empresária Camila Soto, da Loyal Confecções.

Há também o caráter social envolvido no feitio das peças, já que a matéria-prima para a fibra de PET, ou seja, as garrafas adquiridas pelas empresas, geram renda também aos catadores de recicláveis. Em média, são necessárias de duas e meia a três garrafas para fabricar uma camiseta.

E se você imaginou um tecido duro por conta do plástico, pode rever seu conceito. A textura não difere em nada das camisetas 100% algodão que estamos habituados a vestir. “Hoje, falta divulgação do produto, por isso é mais difícil encontrar em lojas dos shoppings”, lamenta Silvio Henckel, da Montelban, cuja camiseta já vestiu a diarista Cláudia Rodrigues, da TV Globo, e figurou no evSão Paulo Fahion Week.

A Loyal também produz para grifes que procuram agregar o conceito de bem-estar à não-agressão ao meio ambiente, como a Taeq. Quando as pesquisas com PET começaram em larga escala nos laboratórios europeus e dos Estados Unidos, nos anos 1950, o material era usado justamente na indústria têxtil e não em embalagens. A aplicação com a qual estamos habituados ocorreu somente duas décadas depois. No Brasil, o PET chegou em 1988 e teve trajetória semelhante à dos demais países para, na década de 1990, ser utilizado em recipientes, principalmente de refrigerantes.

Flakes - A Unnafibras, de Santo André, produz fibra de PET reciclado, a mesma que misturada ao algodão dá vida às camisetas ecológicas. De acordo com o gerente de vendas da empresa, Helio Rubens Losito, 60 milhões de garrafas de 2l são recicladas por mês pela indústria, porém, a aplicação têxtil ainda é tímida.

“Em Mauá, está uma de nossas unidades recicladoras, onde a garrafa é recebida e preparada. O material chega para nós em forma de flakes (flocos), que serão transformados em fibra, vendida a quem utiliza o poliéster puro ou na mistura com o algodão”, explica. Segundo Losito, a unidade recicladora de Mauá é responsável pelo reaproveitamento de 30 milhões de garrafas de 2l /mês para o feitio de fibras. (Supervisão de Adriana Gomes)




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