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MST deve apoiar Lula, diz Rainha
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19/04/2006 | 00:26
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O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), José Rainha Júnior, 45 anos, afirmou terça-feira, em Teodoro Sampaio, no interior de São Paulo, que a entidade deve entrar na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. O apoio, segundo Rainha Júnior, implica em ir para as ruas e combater a oposição, que ameaça com o "retrocesso" da volta ao poder. "O movimento tem de fazer luta porque a luta não atrapalha o presidente. O lugar da luta é a praça, a rua, o lugar onde o povo se encontra. A mudança vem de baixo para cima, com a luta diária", disse.

Luta, para ele, são as ocupações, marchas e protestos. Se ocorrem saques, como segunda-feira, em Pernambuco, é preciso analisar o contexto, de acordo com Rainha Júnior. "O saque é justificado quando o trabalhador está passando fome."

O líder do MST, que terça-feira comandou a invasão de dez fazendas no Pontal do Paranapanema, oeste do Estado, falou terça-feira como militante do movimento. Rainha Júnior foi proibido pelos líderes nacionais de expressar-se em nome do MST.

"Acho que o MST deve ter uma posição. Para ser coerente, deve apoiar o governo democrático de Lula e fazer oposição à direita, que é o Alckmin (Geraldo Alckmin, pré-candidato a presidente), ligado ao PFL e ao PMDB."

O líder afirmou que está "em campanha" pela reeleição de Lula, embora não seja filiado ao PT, ao contrário de outros dirigentes do movimento. "Só para citar alguns, o João Pedro Stédile e o João Paulo Rodrigues (coordenadores nacionais) são filiados ao PT, e o Jaime Amorim (também da coordenação nacional) foi candidato do partido a deputado estadual em Santa Catarina."

Rainha Júnior lembrou que a crise no partido, envolvido em denúncias de corrupção, gerou divergências dentro do MST. Muitos líderes se afastaram da legenda. "Eu tenho a minha opinião. Vou estar com o PT e votar no Lula. Devo lealdade ao presidente, ao José Dirceu (ex-deputado do PT de São Paulo) e ao José Genoino (ex-presidente nacional da sigla) porque tiveram a coragem de estar comigo nos piores momentos."

Dirceu, Genoino e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que não foi citado, visitaram o líder quando ele esteve preso, no Pontal. Rainha Júnior se diz perseguido pela Justiça por causa da luta pela terra. "O MST está em 23 Estados e só em três, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, eu não ajudei a fundar ou consolidar." Em todos os outros, Rainha Júnior participou de invasões e estratégias de luta.

Por isso, respondeu e ainda responde a mais de 40 processos e foi preso quatro vezes. Está em liberdade provisória de uma condenação a dez anos de prisão, graças a liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça).




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