O cineasta norte-americano Michael Moore foi vaiado, na noite de segunda-feira, durante a convenção do Partido Republicano, em Nova York. O senador republicano John McCain provocou vaias ao filme Fahrenheit 9/11 e a seu realizador.
McCain chamou Moore de "mal intencionado". "Não deixem que ninguém lhes diga o contrário: nem nossos oponentes políticos nem um cineasta mal intencionado que pretende fazê-los acreditar que o Iraque de Saddam Hussein era um oásis de paz quando de fato era um lugar de uma indescritível crueldade, com câmaras de tortura, valas comuns e prisões que destruíam as vidas de crianças que estavam detidas nelas", disse.
Em referência à guerra no Iraque, John McCain, senador pelo Arizona, afirmou que "nossa escolha não era entre um statuo quo benigno e os estragos da guerra". "Era entre a guerra e uma ameaça ainda mais forte", disse.
O filme de Michael Moore, que acusa o presidente Bush de ter mentido sobre as verdadeiras razões da guerra no Iraque, recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes (França) e faz grande sucesso no mundo.
O senador também convocou os americanos a permanecerem unidos na luta contra o terrorismo, evocando seus companheiros no Partido Democrata, além de se recusar a lançar ataques contra John Kerry.
"Meus amigos no Partido Democrata, e estou feliz de poder chamar vários deles meus amigos, nos garantem que compartilham nossa convicção de que a obrigação mais importante de nosso governo é ganhar a guerra contra o terrorismo e eu não duvido de sua sinceridade", declarou.
McCain e Kerry, o candidato democrata à Casa Branca, são amigos e dividem a experiência de veteranos da Guerra do Vietnã. Mesmo assim, o senador reafirmou seu apoio a Bush, seu adversário político, com o qual concorreu pela indicação republicana às eleições de 2000.