O Ibram, por meio de seu presidente, Marcelo Araújo, foi o primeiro órgão governamental a se pronunciar contra a venda. Na quinta-feira, 5, ao jornal O Estado de S. Paulo, Araújo reiterou o que dizia a nota oficial, condenando a venda da obra de Pollock e sugerindo a suspensão da decisão do conselho do museu, oferecendo-se para pensar de forma conjunta outras soluções possíveis para a crise financeira que levou o MAM carioca a se desfazer da pintura. "Qualquer argumento para justificar a venda, mesmo o de que o foco do museu é a arte moderna e contemporânea brasileira, é uma falácia, pois o MAM nasceu como um museu internacional."
O artista carioca Waltercio Caldas, que começou sua carreira como aluno de Ivan Serpa no MAM carioca, concorda. Ele e outros 150 artistas, curadores e nomes importantes da área assinaram um manifesto sugerindo um ?choque de gestão? no museu. "O MAM sempre esteve em dificuldades, mas devemos buscar outras soluções para resolver a crise, e não vender o único Pollock que temos no Brasil." Embora seja um museu privado e possa se desfazer de seu acervo, a decisão provocou um trauma no meio artístico.
O pintor paulista Paulo Pasta defende que a venda da obra "abrirá um precedente sério", revelando, segundo o artista, um comportamento predatório da elite brasileira. "Por que não tentar outras soluções, como a compra e doação da pintura, por exemplo?"
O Masp - Museu de Arte de São Paulo - estava em situação semelhante há dois anos e conseguiu pagar suas dívidas ao criar o primeiro endowment de museus do País, arrecadando R$ 17 milhões em um ano, o que garantiu ao museu paulistano não só o equacionamento das dívidas, mas um caixa de R$ 20 milhões.
Há quem sugira uma parceria entre o Masp e o MAM do Rio para encontrar um meio de gerir o último, replicando o exemplo do museu de São Paulo. Afinal, muitos museus brasileiros estão descapitalizados e com problemas de administração de recursos. Só um ?choque de gestão? no MAM carioca sugerido pelos artistas poderá conservar Pollock em seu acervo, dizem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.