Carlos Boschetti Titulo Inflação
Nota de R$ 100 valendo R$ 18,59?
Por Carlos Boschetti*
21/04/2016 | 07:00
Compartilhar notícia


Você tem sentido que a inflação vem engolindo seu rico dinheirinho? Pois acredite, a situação que vivemos é realmente assustadora.

Desde 1º de julho de 1994, quando o real começou a circular, até 31 de março de 2016, a moeda brasileira perdeu 81,41% do seu poder de compra, segundo cálculo do Instituto Assaf, entidade privada formada por professores e pesquisadores das áreas de Economia e Finanças. Por causa da desvalorização, uma nota de R$ 100 tem poder de compra equivalente a R$ 18,59 atualmente. “Se alguém tivesse deixado uma nota de R$ 100 guardada durante todo esse tempo, ela teria, hoje, menos de um quinto do valor de 1994”, afirma Fabiano Guasti Lima, pesquisador do Instituto Assaf.

A perda de valor da moeda brasileira deve-se à inflação acumulada nesses quase 22 anos. De julho de 1994 a março de 2016, a inflação oficial no País, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 437,79%, de acordo com o instituto.

Apesar da desvalorização ao longo do tempo, o real representou uma conquista importante no controle da inflação. Antes, os preços subiam muito rápido, e as pessoas não sabiam quanto o dinheiro delas valia. Hoje, conseguem saber o que podem comprar com o dinheiro que têm.

A nota de R$ 50 também perdeu valor desde o início do Plano Real e equivale, atualmente, a R$ 9,30. Comparado com seu valor original, uma nota de R$ 10 tem poder de compra equivalente a R$ 1,86 nos dias atuais. O poder de compra da nota de R$ 5 caiu para R$ 0,93 nos quase 22 anos do real.

No começo do Plano Real, R$ 1 podia ser encontrado na forma de cédulas e moedas. A nota deixou de ser impressa, e a moeda agora tem valor equivalente a R$ 0,19. Parece que estamos ficando cada vez mais pobres...

CONSUMO

A ICF (Intenção de Consumo das Famílias) recuou 5,5% em abril ante março, para 73,2 pontos, o mínimo histórico da série iniciada em janeiro de 2010, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Isso é reflexo do elevado custo de crédito, do alto nível de endividamento e do aumento do desemprego, segundo a confederação.

Quando comparamos com abril de 2015, o ICF recuou 28,8%. Conforme a CNC, a melhora do cenário está atrelada à estabilidade política e econômica.

As maiores reduções foram notadas nos componentes ligados às compras, com destaque para o consumo de bens duráveis, que registrou queda de 10,1% ante março e de 43,6% em relação a abril de 2015.

* Carlos Boschetti é CEO da empresa CBC More, prestadora de serviços na área de couseling, coaching e consultoria com foco em negócios. Formado em Administração com pós-graduação pela FGV e formação em Business Model pela Harvard University, o ex-presidente da BCP Telecomunicações (atual Claro) é especialista em empreendedorismo. E-mail: crb@cbcmore.com.br 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;