Tropas de diferentes países, incluindo francesas, americanas, alemas e canadenses, começaram o registro casa por casa pouco depois do amanhecer, em áreas determinadas tanto do lado sérvio da cidade como da parte albanesa, segundo o capitao de corveta Philip Anido, porta-voz da aliança militar ocidental. Dezenas de policiais da ONU colaboraram na operaçao.
Nove pessoas morreram e dezenas foram feridas em atos de violência em Kosovska Mitrovica durante as últimas semanas. Trata-se da cidade mais etnicamente dividida de Kosovo, já que as áreas onde vivem os sérvios e os albaneses se encontram separadas pelo rio Ibar.
Os distúrbios em Kosovska Mitrovica começaram no dia 2 de fevereiro, quando alguém arremessou uma granada contra um ônibus da ONU e a explosao matou dois idosos sérvios. Os albano-kosovares da cidade e a polícia da ONU criticaram os soldados franceses por nao terem protegido devidamente os albaneses que vivem no lado norte (sérvio) da localidade.
No norte, onde os soldados americanos realizavam a busca por armas, um grupo de cerca de 150 sérvios indignados causou uma certa tensao. Os sérvios jogavam bolas de neve perto de onde os veículos dos americanos estavam parados, e também manifestavam sua desaprovaçao com gritos e assobios. Uma coluna de soldados franceses parou em frente a eles.
As testemunhas disseram que os americanos derrubaram várias portas em pelo menos um edifício, supostamente depois de os moradores se recusarem a abri-las.
Por volta do meio-dia, alguns americanos se afastaram sob uma chuva de pedras e bolas de neve. Os demais saíram algumas horas depois. Os alemaes que participaram da operaçao aparentemente também suscitaram a ira dos sérvios. Um cordao de franceses protegeu os alemaes, mas a multidao aproximou-se para atirar pedras, paus e garrafas.
Umas três horas depois do início da busca, o tenente-coronel Patrick Chanlian informou que haviam sido encontrados vários fuzis Kalashnikov e certa quantidade de explosivos plásticos, sobretudo no norte da cidade, e que algumas prisoes haviam sido efetuadas.
De acordo com outro militar, o tenente de vôo Neville Clayton, a populaçao local foi notificada da operaçao às 7 h (horário local) por meio de panfletos, mensagens pelo rádio e alto-falantes. "É necessário manter as pessoas informadas. Nao queremos que se preocupem", disse Clayton. "É obvio que alguns tentarao esconder as armas, mas encontraremos o que for possível".
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