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Quebec vira fortaleza para Cúpula das Américas
Por Das Agências
18/04/2001 | 11:53
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Uma área de segurança cercada, mais de seis mil policiais especialmente treinados, uma prisão completamente vazia: os serviços de segurança da Cúpula das Américas, prevenidos pelos acontecimentos de Seattle, não pouparam recursos para transformar Quebec numa fortaleza.

"Existe uma ameaça real para a cúpula, grupos que planejam ações muito específicas e espetaculares", afirma o chefe da polícia de Quebec, Florent Gagné. E para "preparar-se para pior", todas as medidas parecem justificadas para o encontro que acontece do dia 20 a 22 de abril.

A cidade antiga, mais habituada a visitas de turistas que a tumultos, teve seu desenho modificado por uma cerca de três metros de altura e 3,8 km de largura. Este perímetro fixado com uma base de cimento, que pode resistir até ao impacto de um carro em alta velocidade, foi determinado de acordo com os hotéis em que se encontram as delegações e seguindo os lugares que as negociações acontecerão.

Para ultrapassar este "muro" é necessário um credenciamento oficial ou uma permissão especial, tanto para os moradores como para os comerciantes, o que faz com que alguns comparem Quebec com a Berlim da Guerra Fria.

Durante a Cúpula das Américas, a cidade será cenário de uma forte operação policial jamais vista no Canadá. As forças de ordem, respaldadas por helicópteros, estarão munidas de balas de borracha para dispersar manifestantes. Até mesmo câmeras de vigilância foram instaladas nas ruas, as entradas subterrâneas foram lacradas e muros foram erguidos em torno de uma praça no perímetro de segurança.

Para coibir as manifestações, as autoridades chegaram a ponto de esvaziar uma penitenciária nos arredores de Quebec, cujos 500 detidos foram transferidos para outra instituição, para receber os "rebeldes" que forem detidos.

Para evitar qualquer surpresa desagradável, os postos da fronteira estão em alerta. Os funcionários da aduana foram convocados a redobrar a vigilância e deter qualquer pessoas que possa se transformar num perigo público.

Com o objetivo de mostrar que as medidas não são exageradas, os policiais lembram os atos violentos que aconteceram de Seattle a Praga. "As informações que temos nos obrigam a nos prepararmos de maneira muito séria", afirma Gagné.

Em um informe fechado em dezembro, os serviços canadenses de inteligência advertem que as medidas exageradas podem ter um efeito contrário e proporcionar material de propaganda contra o governo e as forças de segurança.

De fato, os que se opõem à Cúpula das Américas vêem nas medidas um atentado contra a liberdade de expressão e circulação.

A pedido de uma associação de Quebec de Defesa dos Direitos e da Liberdade, cinco observadores internacionais, entre elas a Anistia Internacional e o Human Rights Wacht, estarão na capital canadense para verificar se os direitos humanos fundamentais estão sendo observados.




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